sábado, 28 de abril de 2018

Amor de Perdição

Responde esfinge,
às minhas dores.
Por que tamanho bem-querer
por alguém que tanto mal te fez...
Paixão pelo abismo,
fissura pela desmesura,
prazer em sofrer...
Deus meu,
quanta loucura!


terça-feira, 24 de abril de 2018

O estado das coisas.

Acompanhei a trajetória do Ricardo Semler quando surgiu - acho que lá pelos anos 80/90 - como um meteoro no meio empresarial. Virou vice-presidente da FIESP, garoto-prodígio,  esperança da virada na instituição e no meio empresarial. Era requisitadíssimo para palestras. Então, sumiu.
Leio um artigo seu na Folha de hoje, e pelo texto, suspeito que seu desaparecimento se deva ao fato de não ter resistido ao rolo-compressor de uma máquina que eu chamaria: ASSIM SÃO AS COISAS. É um pouco a velha noção de sistema que a geração 68 mais politizada sabe muito bem do que se trata.
Vale a pena ler. Concordo com quase tudo  que  está escrito. Temos uma  visada de mundo com muitos pontos em comum. Quanto a suas considerações sobre o futuro imediato, sou tão cético quanto.

domingo, 22 de abril de 2018

Distópico, desde sempre!

Utópico fui
até a maturidade.
Distópico sou
desde  a eternidade.

Inspirado em artigo que li - pensava que era do J.P.Coutinho - mas não consigo encontrar mais a referência. Nele havia uma  afirmação  reducionista, mas que carrega muita verdade:
  • todas as utopias desaguam em distopias.

domingo, 8 de abril de 2018

As parcas continuam agitadas

Continuo apreensivo....
Prenderam o hômi. E daí? Nesta semana ainda  deve ser levada para o plenário do STF  a questão das tais ADR. Se os ministros revisarem a situação atual - hipótese mais provável - e julgarem que uma sentença transitará em  em julgado apenas após ter passado por instâncias superiores - STJ ou STF - assistiremos a um final de fato, se não de direito, da Lava-Jato. Todo o mundo político-empresarial que está no xadrez pleiteará sua soltura , Lula inclusive, que vai  usar o curto período em que ficou na prisão,  para fazer seu discurso preferido de vítima - já se considera mártir, preso político. Vai faturar horrores e debitar sua prisão a sua condição de retirante nordestino, preso porque defendia os pobres e despossuídos da sanha das elites. que continuam livres, nem tão leves assim e soltas. Vai que arrumem um casuísmo para dar a volta na lei da ficha limpa. Ele se candidata e ganha a eleição. É favorito disparado. Aí a cobra vai fumar porque os milicos afirmam nas internas, que não prestarão continência para condenado a justiça.  Preparemo-nos para o dilúvio!

sábado, 7 de abril de 2018

Retorno

Inesperada, reaparece
linda,
vincada  pelo tempo.
Reacende
a chama que se apagou,
renasce
a planta que se abateu
pela violência passada.
Selvagem ainda é,
ora intensa
ora distante
ora violenta.
Ergue muros,
fecha portas,
estabelece distâncias.
Prefere a aridez dos protocolos.
Temo que a chama reacesa,
a planta renascida,
não irão se manter.


quarta-feira, 4 de abril de 2018

As Parcas estão agitadas...

Entre assustado e curioso aguardo a sessão da tarde no  STF. O conteúdo das redes não anima  nem ao mais convicto otimista. Até a caserna parece estar alvoroçada. Definitivamente é mau sinal.
A ver....

terça-feira, 3 de abril de 2018

Um macho prá chamar de nosso

Jordan Peterson, psicólogo clínico e professor da Universidade de Toronto no Canadá. Elegante, sério,erudito, não perde a linha de argumentação e arrasou com uma jornalista - Cathy Newman - que o entrevistou para o Channel Four britânico. O vídeo viralizou na Internet.
Enfim alguém toma o touro pelos chifres. Estou cansado da certeza dos bem-aventurados, do  discurso assertivo, arrogante, despreparado, que se sustenta mais pela estridência do que pela consistência dos argumentos desse povo que territorializou uma Terceira Margem (afros, LBGTQ´s, feministas, enfim, todas as minorias barulhentas que pululam por aí.)
catchiguria com que ele conduz a entrevistadora pitbull à confusão, impressiona. Afoita quis enfrentar a argumentação de um scholar e se deu mal. A postura, o panache que ela apresenta na entrevista retrata exatamente a maneira de ser e argumentar do nosso povo da Terceira Margem.


domingo, 1 de abril de 2018

Vícios privados ou a banalidade do mal.

Os traços de evidente decomposição da vida pública do país são mero reflexo do que acontece na vida privada. A escola do crime começa em casa. Quem já não fez  seu puxadinho, instalou um  gato, comprou um produto pirata, furou uma fila, sonegou um imposto, colou numa prova  ... Enfim, tantos são...
Quando ouço as pessoas indignadas  contra as mazelas que fazem o nosso cotidiano ser tão difícil e desalentador, pergunto-me: Por que não olham pro próprio umbigo, antes de jogar pedras nas instituições, nos políticos, nos empresários? Eles não passam de reflexo do que vivemos cá embaixo na planície.
Uma pesquisa de 2016, O Índice de Percepção do Cumprimento da Lei, mostrou que 81% dos entrevistados disse  que sempre que possível, escolhem dar um jeitinho ao invés de cumprir as normas; 76% acreditam que é fácil desobedecer as leis.
A revista Época de 02.04   traz uma matéria interessante com o tema, escrita por Gabriela Varella e Luiza Souto: O meu jeitinho. Acesso apenas para assinantes.

Manhã de verão

No céu,
um fiapo de lua a minguar,
acompanha calada
o compasso solitário dos meus passos,
a cortar a monotonia
de final da madrugada.
A luz (ainda) discreta da aurora,
insinua-se pelo nascente,
abrindo outra caliente
manhã de verão
Pelo caminho,
cães vadios,
a beleza das (raras) flores,
o canto dos pássaros,
os aromas do campo,
me fazem companhia.