segunda-feira, 21 de abril de 2025

Recado aos market..eiros

Certa vez, um jovem me perguntou: 'Na universidade, tenho muitos amigos que são agnósticos ou ateus; o que devo dizer para que se tornem cristãos?'. Nada, respondi. A última coisa que você deve fazer é falar. Primeiro, deve fazer; então, quem vir como você vive e administra sua vida é que perguntará: 'Por que você faz isso?' Nesse momento, você poderá falar. Com os olhos. Com os ouvidos. Com as mãos. E só depois com as palavras. No testemunho de uma vida, a palavra vem depois, é consequência.

Papa Francisco,  Esperança, Paulus Editora, 2025.

Que descanse em paz!

sexta-feira, 11 de abril de 2025

A miséria do justiça brasileira (II)

 

Por fim, DEBORA RODRIGUES DOS SANTOS, no mesmo dia 8, na Praça dos Três Poderes, em Brasília/DF, destruiu e concorreu para a destruição, inutilização e deterioração de patrimônio da União, ao avançar contra as sedes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, fazendo-o com violência à pessoa e grave ameaça, emprego de substância inflamável e gerando prejuízo considerável para a União

Trecho do voto de Alexandre de Moraes, ministro do STF, que condenou a cabelereira a 14 anos de cana dura por ter pichado com batom a frase Perdeu Mané  na estátua da deusa Têmis em frente ao STF durante os acontecimentos de 08/01/2023. Ficou presa por dois anos, mesmo sendo mãe de dois filhos menores. Sua prisão foi relaxada para domiciliar depois de inúmeros pedidos da defesa sempre negados pelo Todo-Poderoso Xandão sob a alegação de que a ré representava periculosidade social de acordo com a Gazeta do Povo.

Na sua total falta de imparcialidade, o ministro caracteriza o batom como substância inflamável no seu voto, recusa a petição da defesa de uma trabalhadora, mãe de dois filhos menores para cumprir a pena em domicílio alegando sua periculosidade social

O Perdeu Mané rabiscado na estátua da deusa grega da Justiça e porisso representada de olhos vendados para significar imparcialidade tem tudo a ver. Nosso Poder Judiciário perde credibilidade - as pesquisas comprovam - com a postura e as decisões da Suprema Corte no episódio. 

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O presidente do Tribunal nunca disse que a corte “defeated Bolsonaro”. Foram os eleitores.

Trecho da Nota do STF em resposta a um editorial da revista  The Economist  de 16/04 que tece críticas a atuação da Suprema Corte brasileira. Lá pelas tantos está escrito :

In 2023, the court's president boasted it had defeated Bolsonaro.

Posteriormente a revista corrigiu o texto para had defeated bolsonarismo, a palavra que o ministro  usou  em discurso em tons de comício no Congresso da UNE em Brasília; 

- Nós derrotamos a censura, nós derrubamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para  permitir a democracia....

... então o nós referia-se aos eleitores, STF? Qualquer indíviduo na devida posse de razão não vai entender a frase dentro dessa ótica; além do mais, trocar Bolsonaro por bolsonarismo em pouco vai mudar o que ele disse. Não quisesse ser parcial, não usasse nós e tampouco bolsonarismo. O ministro foi infeliz nas declarações. Para justificar, a nota da Suprema Corte apela para uma das especialidades de quem faz do uso das palavras e das piruetas da retórica uma arma - o meio jurídico entre outros. Lamento, mas... 

 - Perdeu Mané.