quarta-feira, 10 de outubro de 2018

É primavera! (II)

Na mata,
a cada nascer do dia,
bem-te-vis e sabiás
alternam-se a reger
uma colorida e alegre sinfonia.

Nos jardins do escritório,
as murteiras
vestem-se com  efêmeras florezinhas brancas
que rescendem a jasmim
e flor de laranjeira.

Nas ruas,
as pessoas despem-se
de suas roupas  cinza
de suas almas  duras.
Investem nas cores
abrem as portas para a alegria.

Enquanto eu,
coração desafinado,
desafio a pequenez,
namoro com o abismo.
Embalo minha dor
com o lamento
do violão de Paco de Lucia
em  Concerto de Aranjuez.

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