A noticia de Claudia Colucci na Folha de 02.03 mostra o país distópico que somos. Só aqui mesmo para gastar uma verdadeira fortuna do SUS para custear a compra de um remédio para 414 happy few de Pindorama. É o que o jargão trata como judicialização de medicamentos para doenças raras. O episódio é um caleidoscópio das mazelas nacionais; tem escritório de advocacia envolvido (sempre eles!), fraude, decisão judicial viciada, dispensa de licitação, privilégio (a grande maioria dos portadores tem endereço em Brasília).
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O final de semana foi palco de mais uma tragédia com naufrágio de um barco nos rios da Amazonia. Ano sim, outro também ocorre pelo menos um naufrágio com essas características: o barco não tinha autorização para realizar o serviço e não havia uma lista de passageiros embarcados. Deve haver muita mutreta e gente boa envolvida prá que tamanha obcenidade se estenda indefinidamente ao longo do tempo. E como não há obscenidade que baste, a aturar as declarações das autoridades procurando eximir-se da responsabilidade, além da tentativa de reduzir o número de mortos para di minuir o impacto da tragédia. O cinismo das palavras do governador do Amazonas - que conhece muito bem o histórico desses naufrágios gregorianos - valem um impeachment.
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Para um brasileiro como eu, com 68 anos convivendo com o brazilian way of life e conhecendo os demônios que infestam nosso imaginário, nada de novo no front. Nascemos tortos. Prá desentortar muitas luas teremos que viver...
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São historinhas infames como as relatadas - certamente há inúmeras - que provocam um desalento profundo quando se pensa num futuro decente para esse país.
E olha que estamos no século XXI e o Brasil - presunçoso - até pouco tempo, almejava sentar-se à mesa das potências mundiais, aspiração da nossa esquerda messiânica que acabou abortada.
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Para um brasileiro como eu, com 68 anos convivendo com o brazilian way of life e conhecendo os demônios que infestam nosso imaginário, nada de novo no front. Nascemos tortos. Prá desentortar muitas luas teremos que viver...
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São historinhas infames como as relatadas - certamente há inúmeras - que provocam um desalento profundo quando se pensa num futuro decente para esse país.
E olha que estamos no século XXI e o Brasil - presunçoso - até pouco tempo, almejava sentar-se à mesa das potências mundiais, aspiração da nossa esquerda messiânica que acabou abortada.
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