segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

100 anos de Clarice

Foi em 7 de dezembro. Taí outra personagem com quem me identifico e que me fascina. Aquele seu ar distante, misterioso, inacessível; aquela classe - a foto na praia do Leme, capa do livro O Rio de Clarice, de Teresa Monteiro  publicada na Folha de 7 de dezembro diz tudo -  fazem dela uma mulher incomum para os padrões brasileiros.

Assim como sua literatura, inclassificável  no panorama literário do país. Com Guimarães Rosa é a maior expressão literária brasileira da segunda metade do século XX, de acordo com Pedro Correa do Lago.

Não é literatura fácil. Li A maçã no escuro já faz um bom tempo e a impressão que ficou foi de que sua prosa tem muito de poesia. Preciso lê-la ainda mais, antes que passe dessa para a outra. Ela é daquelas pessoas em que vale a pena apostar. 

Clarice,
eras louca
para alguns contemporâneos.
Tua literatura, 
intimista, hermética
para os críticos.
Escrevias prosa poética,
para mim - teu leitor  em débito.


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Caio Fernando Abreu, escritor gaúcho que se foi, recusou-se a ler sua obra, com receio que depois, nada mais teria a escrever. Um pouco como Brahms, que impactado pela grandiosidade da obra de  Beethoven, precisou de 20 anos para concluir sua primeira sinfonia.
 





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