segunda-feira, 29 de julho de 2024

A polêmica da Abertura dos Jogos Olímpicos

Sempre assisti a festa de Abertura dos Jogos Olímpicos pelo desfile dos atletas.  Eles são os donos de um espetáculo que começa alí e se estende por duas semanas. Toleráveis porque necessários, os chatos e óbvios discursos oficiais e a sempre aguardada cerimônia do acendimento da pira olímpica. Tudo o mais é adjetivo. 

Os cerimonialistas, entretanto, querem deixar sua assinatura e sempre inserem quadros ao roteiro principal, geralmente ressaltando aspectos marcantes do país-sede. Na cerimônia de Paris, em uma dessas inserções -  Festivity - com o intuito de promover a diversidade - um dos objetivos declarados de toda a cerimônia -   desenvolveu-se um enredo que me pareceu ser uma mistura de desfile de moda com  um banquete pantagruélico ao estilo da Roma decadente dos imperadores. Os performers eram figuras de destaque da comunidade LBGTQIA+ da vida parisiense - queers, drag queens, lésbicas, gordos e gordas também... uma fauna rica e diversa. Lembraram-me o ambiente de alguns filmes de Fellini como Satyricon.

As almas mais piedosas - pero no mucho! -   interpretaram que se estava parodiando a Sagrada Ceia de Leonardo da Vinci e se armou uma polêmica que rende até agora. 

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 Do episódio ficaram prá mim uma das músicas que compuseram a cortina musical daquele quadro  digno de um filme de Fellini; um clássico da música disco, protagonista nos anos  80 do longínquo século XX , um convite irresistível para sair dançando por aí 

....e também o protagonismo crescente das minorias e suas pautas. Será que o mis-en-scène  e performance daquele quadro, espelham a França moderna ou refletem apenas os valores de alguns ghettos parisienses e das maiores cidades francesas? 

 

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Nem tudo, porém, foi polêmico. Muito criativos  os quadros protagonizados pelo mascarado que conduziu a tocha por Paris e a cavaleira que transportou a bandeira olímpica pelo rio Sena.


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