quinta-feira, 25 de setembro de 2025

O bruxo/mago de Bangu

O chamavam de bruxo do sons, porque os extraia de qualquer objeto que lhe caisse às mãos. Prefiro chamá-lo de  bruxo/mago - estrábico, albino, com aquele cabelão desgrenhado! - de Bangu, um bairro perdido da Zona Oeste, no fundão do município do Rio de Janeiro.  Em sua própria casa no Jabour, funcionou (não sei se ainda está em atividade...) a Escola Jabour de música, totalmente fora dos padrões de ensino da matéria. Foi seu quartel-general  e de lá não saiu até sua morte ocorrida no dia 13 deste mês. Ficou longe do badalado circuito da Zona Sul, mesmo  considerado um músico popular de primeiríssima  grandeza urbi et orbi. No festival de Montreux de 1969 recebeu uma ovação destinada a poucos que por lá se apresentaram. Miles Davis disse de Hermeto: 

- O músico mais impressionante do mundo.

Nunca recebeu a atenção que realmente merecia por aqui. Menos mal que no Rio deram seu nome para uma  Areninha Cultural na Praça Primeiro de Maio em Bangu. Entretanto, era respeitadíssimo no exterior tendo sido agraciado com o título de Doutor honoris causa pela prestigiosa Juilliard School de Nova Iorque. 

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Apesar desse alagoano de Olho D'Água ser uma usina sonora, segue um forró arretado de ortodoxo desse músico autodidata que fez o mundo sem nunca ter abandonado  Bangu:


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Outro grande personagem do meu mundo que se vai.


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