a análise do escritor, articulista e empreendedor social Jorge Maranhão no 9o Ciclo de Palestras da Academia Brasileira de Letras cujo tema é o Barroquismo Brasileiro. É uma palestra de pouco mais de uma hora mas que vale a pena ouvir. Veja alguns trechos onde atribui ao barroquismo nossa visão de mundo, nossa identidade, as contradições que nos jogam no impasse civilizatório que vivemos. Abaixo algumas mazelas que resultam da nossa visão barroca de mundo:
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a supremacia do processo sobre a finalidade, do atributo sobre o ser, da figura do paradoxo sobre a sentença afirmativa, da ironia sobre o trato e da patranha sobre o contrato porque adoramos as contradições, o relativismo moral, o tom sempre exagerado com que colocamos nossas emoções em tudo. Nossa infinita paixão pelo errado, nossa tolerância para com a transgressão, nosso gosto pela farsa e pela burla pois de fato nunca fomos um país clássico no sentido iluminista como não somos de resto um país moderno. Se tanto somos emocionalmente românticos, que nada mais é que uma recidiva dos valores legados pela visão de mundo barroquista. Para não falar do país do carnaval ou da carnavalização geral do país
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Não somos mesmo razoáveis, assim como não fomos temperados pela Renascença sequer nos bafejou a razoabilidade iluminista. A sensatez passa ao largo das nossas escolhas, adoramos a desmesura, o trocadilho e a dubeidade,, o jogo de palavras, o jogo de idéias, a farsa das narrativas, os meios tons de que somos feitos, pois até no pardo da pele somos pretos ou brancos na conveniência da vez
........Então é isso; estacionamos no Barroco, sem termos experimentado a Renascença. Modernos... nem pensar. Sequer fomos bafejados pelo Iluminismo.
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