terça-feira, 17 de setembro de 2019

A vida como ela é.

Ontem à noite,  a confissão de pessoa muito próxima, de um affaire que teve anos atrás com uma colega de trabalho e que causou na empresa em que ambos trabalhavam - um ao lado do outro! - me deixou pasmo. As consequências foram funestas para o parzinho de amantes. Ele era casado e amargou séria crise conjugal depois de ter contado tudo para a esposa; ela precisou ser transferida de setor. Conheço bem o triângulo e fiquei chocado com  detalhes da história, pródigos em mostrar como subjacente à persona que exibimos em nossas relações sociais, existe um vasto e constrangedor universo.
  • A outra, tida por todos como uma pessoa pacata - quem diria! -  gostava de chicote, algemas e era insaciável na cama.
  • Alguns dos colegas de trabalho do  nosso conquistador - um cara todo certinho -  ao saberem do envolvimento cumprimentaram-no e até diziam que agora sim ele havia conquistado seu respeito; podiam considerá-lo um homem. Vão ser machistas assim no inferno!
  • O chefe de ambos - um tipico caxias ! - depois que o bafafá estourou,  pediu ao nosso Don Juan, detalhes da anatomia do corpo da moça que ao sentir que iria dançar na relação,  deu uma de Glenn Close em Atração Fatal. Faltou pouco para o ambiente não virar um barraco só.

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Poderia ser um conto  da Vida como ela é do Nelson Rodrigues. Acontecia bem debaixo dos meus olhos com pessoas que eu conhecia bem. Jamais imaginaria que atrás do véu  da normalidade -  ou seria hipocrisia? - que vestia  aquelas pessoas com as quais convivia quase que diariamente, ocultavam-se  machistas casca grossa  e  predadoras sexuais. Profundo conhecedor da natureza humana, num dos seus famosos aforismos, mestre Nelson dizia que de perto ninguém é normal.

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Hoje nosso conquistador - ou  seduzido? - voltou para os braços da esposa e é papai de um filhote adorável. Ela arrumou um novo amor e é mamãe outra vez.
Vida que segue.


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