O capitão horroriza, mas não surpreende.

Parafraseando a Angela Alonso na sua coluna da Folha de hoje. Sua folha de serviços prestados à insensatez é enorme. Vem dos tempos do Exército, de onde não foi expulso por um arranjo, daqueles que todo brasileiro conhece bem. Golbery e o Geisel devem ter se virado no túmulo quando o viram PR (Presidente da República).

Incrivel mesmo é saber que  contemporâneos de geração votaram nesse cara. Até perdôo as gerações mais novas pois a democracia de fato tem dado mau exemplo em demasia nos últimos anos fazendo com que dela passassem a desacreditar, mas a minha geração conheceu a ditadura e esse cara a defende,  além de ter como herói o mais notável dos torturadores da época: o cel Ustra. Tortura é covardia! O que dizer de quem a defende?  Só a escória da humanidade.

Argumentam que não aguentavam mais o PT e o petismo. Uma praga de fato, mas trocá-la por outra? No fundo, no fundo... eles gostam mesmo é de uma ditadura.

#Fora, Bolsonaro, moleque de uma figa!

...o Rio de Janeiro continua sendo.

Ancelmo Gois relata na sua coluna do Globo que uma senhora foi assaltada nesses dias em Ipanema ou Leblon, não lembro exatamente. Sabe o que o ladrão queria?  A máscara.

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Lí no Diário do Rio, um jornalzinho digital que recebo todo dia, que  tem um pessoal preocupado em transferir - em função da pandemia - um Carnaval fora de época marcado acho que para julho para o final do ano. Quer dizer ...o couro comendo solto nos hospitais públicos, o número de mortes aumentando assustadoramente - temo uma tragédia em alguma favela ou subúrbio -  ninguém sabe sequer quando ou como sairemos dessa pandemia e a turma pensando em carnaval. Nada como um povo alegre... e inconsequente.

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Last but not least... com o relaxamento crescente do isolamento, retornaram os tiroteios nas comunidades. Ontem os jornais da TV, mostraram um cenário de guerra na  Vila Kennedy. Era  a milícia tentando invadir um reduto do tráfico. Dois dias antes, a primeira notícia no boletim do Rio no CBN Primeiras Notícias era de que a estrada Grajau-Jacarepaguá estava fechada para operação da Polícia Militar. O corona é pouco virus prá  bandidagem.
Voltamos ao normal. Não a um novo, mas ao velho e já manjado normal. O baile continua.

Agora sou um homem completo.

Lavo e passo roupa.

Cozinho (meu hobby!) e lavo a louça (odeio!). 

Meu Deus! Mais você lava, mais louça aparece. A pia da cozinha nunca está limpa. É o mito de Sísifo redivivo. Começo a entender a obsessão das mulheres por mantê-la sempre em ordem.

....e faço faxina. Com o home office são 10 horas diárias de faina. Não dá prá pensar em tédio. Com a  solidão, vivo muito bem, sou um bicho do mato assumido; vivo recluso  hace años. Angústia? É minha companheira de viagem. A vida não faz sentido mesmo. Em meio a uma pandemia então...
Há coisas boas nisso tudo. Passamos a ser mais cuidadosos, mais limpos, a manter a ordem na casa... pois somos nós, agora, os responsáveis por sua ordem e limpeza.
Impagável mesmo é que depois de lavar o banheiro, pode-se fazer uma pausa para  tomar um copo de cerveja ou depois de passar  uma pilha de roupa,  beber uma taça de espumante. Não é um vidão?

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Ah... Há ainda uma conquista a fazer... a última cidadela: Arrumar a cama diariamente. Conseguirei?

O Barroco que eu gosto.

E há quem diga que o mundo evolui continuamente... Sou leigo na matéria, mas tenho minhas sérias dúvidas se isso acontece com a música. Ouça esse concerto de Corelli, do distante século XVI e depois trocamos uma idéia.

Moleque!

É o que temos na Presidência da República. Pior, democraticamente chegou lá. Na hora difícil que pede um marinheiro de estirpe no leme da embarcação, escolhemos um moleque, um pescador de águas turvas.
Com Bolsonaro e tudo ainda acredito que a democracia - entre os regimes políticos conhecidos -  é o que,  no somatório de perdas e ganhos, traz menos danos a quem nela aposta. Talvez sua excelência resida no contrapeso que propõe entre os poderes. Quanto à propalada vantagem de dar ao povo o direito de escolha dos governantes veja prá onde ela nos levou.

#Fora, moleque!

PS - Duro é ver amigos de longos anos acreditando na utopia  regressiva encarnada por essa figura controversa. Hoje um deles me disse via zap que esse é o melhor governo que tivemos em 60 anos. Vai entender...

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Louco, psicopata... hoje a Ruth de Aquino em O Globo pegou pesado com o capitão. Prá mim não passa de um moleque perigoso, porque poderoso.

Tempo pascal

Nesses tempos infernais, vale a pena dar uma passadinha no céu e ouvir  as vozes angelicais das monjas beneditinas de St Marie de Maumont celebrando a manhã de Páscoa.

Como é Sexta-feira Santa ...

nada como ouvir Responsories  for Tenebrae de Tomas Luis de Victoria (1548/1611). A suavidade da polifonia renascentista torna leve o fardo da  dor e das trevas desses tempos de  Coronavirus. 

... e o virus está no ar (VI)

Enquanto o corona - danadinho como ele só - coloca.o mundo em estado de sítio, enclausurado no meu cafofo - nem tanto assim! - vou ouvindo as maravilhas que  Johann Sebastian - o maior deles - nos legou.  Em meio a uma pandemia ouso dizer :

- Vale a pena viver!

...e o virus está no ar. (V)

Tão pequeno, tão frágil e no entanto ele está parando o mundo. Sua força está na sua capacidade descomunal de se reproduzir e de se transmitir. É Davi vencendo Golias mais uma vez; a prova de que nem sempre é a força bruta e - pensando em nossos dias - a sofisticação tecnológica que vence a parada. Haveremos de controlá-lo mas muitos cairão pelo caminho. Velhos em especial. Seleção natural?

Copyright Minty

...e o virus está no ar. (IV)

A peste colocou-me em home-office. Velhinho, sou paciente de risco. Liberei a secretária e além de cozinhar, estou lavando pratos, lavando e passando roupa, fazendo a faxina. Quem diria, só agora posso dizer sou um homem completo.
Confesso que está difícil dar conta do recado. São 12 horas diárias, full, com exceção da sesta no início/meio da tarde. Tédio e solidão... cadê ?

...e o virus está no ar (III)

Cai como uma luva para esses tempos de peste, a frase de Anthony Bourdain,  um  chef inusitado que suicidou-se - acho - que em 2018.  Escreveu Cozinha Confidencial - best-seller - que põe na berlinda  os podres da cozinha dos restaurantes por onde passou:

Infelizmente vivemos num mundo em que se torna praticamente impossível sequer descrever a realidade, muito menos lidar com ela. É desolador.