Carta aos intolerantes.

Os celerados derrubadores de estátuas provavelmente nunca ouviram falar de Nelson Rodrigues que escreveu que de perto ninguém é normal. Humanos que somos, cada um tem inerente a si,  um coeficiente de grandeza e miserabilidade proveniente da precariedade da nossa condição. Querer sair por aí feito Torquemadas derrubando estátuas, só mostra o quanto desconhecemos de nós mesmos. Vá lá derrubar estátuas de traficantes de escravos -  melhor seria  transferi-las para um museu como exemplo a não ser seguido - mas querer colocar na mesma prateleira, Cristóvão Colombo e Winston Churchill revela que não sabemos distinguir o todo das partes, o conjunto do obra de uma posição a respeito de determinado assunto. A Grécia Clássica - matriz do pensamento ocidental - era escravocrata; nem porisso vamos jogar no lixo as obras de um Sócrates, Platão ou Aristóteles. Gostaria muito de dar  um zoom na vida de todos esses puros de coração que vandalizam monumentos públicos e de seus inúmeros apoiadores na intelligentsia. Certamente veríamos que tem os pés de barro, como qualquer mortal. Melhor seria se  colocassem  o rabo entre as pernas e fossem olhar para o seu próprio umbigo.

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Duro mesmo é que a maior parte desse pessoal se intitula progressista. Um progressista, tem em  elevada conta a tolerância para com os diferentes e as diferenças.