segunda-feira, 25 de novembro de 2024

A ressignificante Janja

Dado o apetite da moça por protagonismo, aguardei ansioso o que ela aprontaria no G20, mas confesso que minha imaginação foi derrotada pelos fatos. Nem vou abordar o que ela disse no G20 Social - evento prévio ao encontro principal -  e que tanta repercussão alcançou na imprensa.  

Vê-la ocupando uma das vagas dos assessores que todos os mandatários colocam logo atrás de posição que ocupam na mesa central do G20 foi o máximo. Qual seria mesmo a qualificação profissional que ela teria nos temas a serem discutidos no evento, para ocupar tal lugar, a não ser a de esposa do presidente da República? 

Ver a primeira-dama tomando o lugar de um assessor qualificado do presidente para os assuntos abordados pela conferência, lembrou-me o lado  república bananeira que teimamos manter. Sua trajetória profissional, a julgar por uma matéria especial sobre ela, publicada no UOL, resume-se a ter ocupado um cargo em Itaipu Binacional, admitida por indicação. É socióloga formada pela UFPR.

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Rosângela Silva (Janja) mostra com o seu protagonismo como aquela frase constantemente repetida por apresentadoras/comentaristas da Globo News, a rede woke do país, comandadas pela madrinha Miriam Leitão. 

- Toda mulher tem o direito de ser o que quiser, fazer o que ela quiser.

é irreal e infantil. Ninguém, - de qualquer gênero, raça  ou classificação qualquer - vivendo em sociedade ou mesmo isolado na natureza pode fazer o que quiser e ser o que quiser. Ninguém é a medida de todas as coisas, ninguém é portador de liberdade absoluta. Foi para (sobre)viver em sociedade e na natureza que fomos - docemente ou não -  constrangidos a  nos submeter a regras. 

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...e suprema ironia! Ela que se considera uma feminista empoderada, deve todo seu protagonismo a um homem, ao fato de ser sua esposa e, claro também a seu voluntarismo, que ela tem prá dar e vender.   Qual o seu currículo em política para justificar tamanha desenvoltura? Para ressignificar não basta apenas voluntarismo ou ser esposa de alguém importante. É preciso ter luz própria conquistada com muita ralação nos bancos escolares, no trabalho e que demanda anos de vida; características para as quais ela parece estar em débito.

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