quinta-feira, 11 de julho de 2019

...e por falar em conservadores.

O capitão&filhos são a treva mas tem alguns méritos. Eles de fato são reacionários mas colocaram definitivamente o que se pode chamar de campo conservador no debate de idéias nesse país. A esquerda reinou absoluta e totalitária   desde o final da década 60 do século passado. Quem dela discordava era logo tachado de  reaça, de direita, conservador, fascista e mais recentemente de coxinha...enfim jargão é uma das poucas coisas que domina bem. Ficou aquele ranço  entre progressistas e os outros. A ditadura, identificada com o campo conservador e de direita - embora os milicos sejam positivistas, nacionalistas e estatistas - ajudou um pouco a construir esse imaginário, mesmo tendo sido branda comparada as demais que rolaram à época en LatinoAmérica. Ai de quem ousasse louvar algo de bom do seu legado, como por exemplo as grandes obras de infra-estrutura, ou o fato de todas elas terem sido planejadas. Poderia ouvir   poucas e boas. 
O artigo de J. P. Coutinho, na Folha de 8 de julho mostra que o campo das idéias é bem mais matizado do que a dualidade que se pretendeu impor no passado. Além da esquerda petista e psolista mais raivosa, existe uma esquerda próxima do centro (social-democracia?), uma centro-direita onde cabem liberais e conservadores  - estes talvez mais à direita  - e os reacionários, o núcleo duro do bolsonarismo, sua direita mais assanhada.  
É vero que o debate está pouco civilizado mas existe uma diversidade de atores no palco das idéias como não se via a pelo menos cincoenta anos.

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