segunda-feira, 8 de julho de 2019

Universais...objetividade...são conceitos conservadores!

Já havia abordado em  post anterior referente às Guerras Culturais,  motivado pela leitura do livro da Michiko Kakutani  que o abandono dos universais e a opção pelo relativismo poderia nos levar a um impasse epistemológico. O artigo de Ronaldo Lemos na  Folha de hoje só reforça o que já tinha escrito. Ele não é filósofo, mas dentro do seu jargão coloca o dedo na ferida:
Dá até para dizer que a polarização que realmente importa no mundo de hoje não é a da direita versus esquerda, mas sim aquela entre realistas versus fantasistas.
Os primeiros são aqueles que ainda defendem a ideia de verdade, acreditando que os valores humanos ainda podem ser minimamente compartilhados.
Já para os segundos, nem realidade nem valores objetivos existem mais. São conceitos que se pulverizaram e com isso podem ser reinventados (ou sintetizados) o tempo todo. Surge assim uma nova profissão: a de fazedor de realidades.
Essa dualidade entre realistas e fantasistas pode ser descrita de outras maneiras (todas imperfeitas): essencialistas e relativistas, apocalípticos versus integrados (sendo os apocalípticos, nesse caso, os que ainda se fiam à ideia de verdade, e os integrados, aqueles que estão confortáveis com seu desaparecimento).
Vale notar que, nesse contexto, defender a verdade e a realidade se transforma em atitude conservadora, provavelmente fadada ao fracasso.

São sintomas graves de deterioração do pensamente que todas as vezes que ocorreram no passado, tiveram causas funestas. Resta saber como sairemos desse impasse.

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