Moro no Rio mas a a versão contemporânea do dilúvio que se deu no RS no final de maio e início de junho afetou-me profundamente. Tenho ligação afetiva com o Vale do Taquari, uma das regiões mais atingidas. Foi de lá que parti para fazer o mundo. Coqueiro Alto, uma vila de Arroio do Meio - desapareceu do mapa fazem anos - foi minha base de lançamento. Minha mãe passou seus últimos anos em Lajeado, a maior cidade do Vale, e nas frequentes visitas que lhe fazia, caminhava quase que diariamente ao longo do Rio Taquari por 15/20 kms. Afinal sou um peregrino neste mundo, sensu latu e sensu strictu. Um irmão continua a morar lá, onde passo as grandes festas cristãs do ano: Páscoa e Natal.
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... e no meio do caminho havia uma ponte. Uma velha ponte de ferro, concluida em 1939, construida sobre o rio Forqueta, quase na desembocadura com o Rio Taquari. O Forqueta furioso, abateu a ponte mais recente na RS-130, cerca de 1km a jusante mas não conseguiu fazer o mesmo com a velha ponte de ferro. Arrastou parte dela até a desembocadura mas suas pilastras continuaram lá, firmes e fortes. A operosidade daquele povo, já refez a parte que o rio levou e hoje ela se encontra positiva e atuante.
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Passava por ela de manhãzinha, antes do nascer do sol no inverno ou com ele nascendo no verão; a neblina era frequente dado a proximidade com os rios. Meus passos solitários ou as rodas dos carros sobre os pranchões de madeira, quando soltos, provocavam um estampido seco que feria o silêncio das manhãs. Parava sempre alí para alguma foto da velha ponte a da desembocadura do Forqueta no Taquari. Deixo algumas para a memória, inclusive a de uma placa lembrando sua inauguração.
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