quinta-feira, 29 de agosto de 2024

A farra das "bets"

No começo não entendia o que eram aqueles anúncios massivos em canais pagos de esportes com a palavra bet, não fazendo relação com o termo em inglês. A presença constante de jogadores de futebol naquelas peças publicitárias fez juntar as pedras do quebra-cabeça. A maré foi subindo... a eles hoje se juntaram  atletas olímpicos apelando para o jogo responsável (?!?!), jornalistas esportivos...Os anúncios estão hoje em todo e qualquer veículo de comunicação, redes sociais, placas de estádios, camisetas de clubes de futebol. Infernizam nosso cotidiano.

Não é necessário ter muitos neurônios conectados para dar-se conta que deve haver algo fora de lugar com as chamadas casa de apostas online, agiotagem bombada por algorítmos. Tanto anúncio deve significar que o dinheiro deve estar jorrando prá dentro delas, fazendo a alegria dos seus donos e de quem as liberou com uma generosa regulamentação. Pagam apenas 12% de imposto e tem sua publicidade liberada.

Jogos pela internet foram classificados pela OMS como um transtorno psiquiátrico. Estudos acadêmicos nos Estados Unidos mostram que as apostas eletrônicas levam famílias à instabilidade financeira. Se cigarros, também um vício condenado pela OMS, pagam 83% de impostos e tem leis draconianas quanto à sua publicidade, por que não - senhores de Brasilia -  os jogos de aposta eletrônicos? Quem ganha com isso,  além dos seus donos, e dos famosos que performam nas peças publicitárias?

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O Brasil é  lider mundial em acesso a sites de apostas esportivas de acordo com matéria publicada no site Poder360. De acordo com a consultoria PwC, em 2023, elas movimentaram entre 67,1 e 97,6 bilhões de reais, quase 1% do PIB. 

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Curiosamente, a abertura de cassinos que a turma da jogatina tenta aprovar no Congresso fazem anos, não passa de jeito nenhum. Vai entender...

PS - Raramente jogo. Quando lembro, faço uma fezinha na MegaSena do final de ano.

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