Vinha de Copa e valendo-me de um atalho pelo parque Garota de Ipanema, estava alcançando o Arpoador na minha tradicional caminhada dominical. Deparo-me com uma algazarra, incomum para uma hora tão incomum. Um grupo conduzia um homem para dentro do parque, tentando acalmá-lo, depois de tê-lo retirado do que parece ter sido uma briga. Alcanço a praia e deparo-me com uma multidão na areia. No Largo do Millor, faço algumas fotos e um video para documentar uma cena improvável acontecendo àquela hora. Provavelmente ninguém mora no bairro, nem nas proximidades. São pessoas que vem do subúrbio ou de favelas e certamente passaram a noite na própria praia.
Ao retornar, sou abordado por um negão paramentado com o manto sagrado, que me ofereceu - em inglês, of course - cocaína. Que diabos! minha cara de gringo nunca falha.
Afasto-me em direção ao Leblon, estupefato com o inusitado daquelas cenas, com a sensação de que algo estava fora do lugar. Um arrastão para mais tarde era uma hipótese bem plausível.
Situações como essa, só o Rio pode oferecer. Uma muvuca daquelas, num dos cartões postais da cidade, tendo um pano de fundo de fazer inveja a qualquer cidade: o morro Dois Irmãos e a pedra da Gavea. Beleza e distopia, juntos e misturados.
E pensar que nossos homens públicos, querem fazer da cidade, uma capital global. Devem ter tomado algum chá especial... Ou seria cocaina?
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...e o verão sequer começou.
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