domingo, 8 de dezembro de 2024

Arpoador, 5:50h de manhã.

Vinha de Copa e valendo-me de um atalho pelo parque Garota de Ipanema, estava alcançando o Arpoador na minha tradicional caminhada dominical. Deparo-me com uma algazarra,  incomum para uma hora tão incomum. Um grupo conduzia um homem para dentro do parque, tentando acalmá-lo, depois de tê-lo retirado do que parece ter sido uma briga. Alcanço a praia e deparo-me com uma multidão na areia. No  Largo do Millor, faço algumas fotos e um video para documentar uma cena improvável acontecendo  àquela hora. Provavelmente ninguém mora no bairro, nem nas proximidades. São pessoas que vem do subúrbio ou de favelas e certamente passaram a noite na própria praia.

Arpoador, 5:50AM

Posto 8, 6:00AM

Morro Dois Irmãos e Pedra da Gávea do Largo do Millor 5:50AM

Ao retornar, sou abordado por um negão paramentado com o manto sagrado, que me ofereceu - em inglês, of course -  cocaína. Que diabos! minha cara de gringo nunca falha.

Afasto-me em direção ao Leblon, estupefato  com o inusitado daquelas cenas, com a sensação de que algo estava fora do lugar. Um arrastão para mais tarde era uma hipótese bem plausível.

Situações como essa, só o Rio pode oferecer. Uma muvuca daquelas, num dos cartões postais da cidade,  tendo um pano de fundo de fazer inveja a qualquer cidade:  o morro Dois Irmãos e a pedra da Gavea. Beleza e distopia, juntos e misturados.

E pensar que nossos homens públicos, querem fazer da cidade, uma capital global. Devem ter tomado algum chá especial... Ou seria cocaina?

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...e o verão sequer começou.

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