quinta-feira, 28 de agosto de 2025

...e a América curva-se para a Latinoamérica

Não era um sonho de todo latinoamericano de esquerda? Lamento, mas as razões não são nada boas. Não foi porque  evoluimos virtuosamente nas práticas políticas que tornam nossa democracia tão precária, mas porque a America involuiu adotando vícios que caracterizam nosso atraso. O agente laranja que ora ocupa a Presidência americana não se cansa de nos copiar.

Ontem diversos diretores da CDC (Centers for Desease Control and Prevention), órgão do governo americano pediram demissão alegando que a saúde pública americana vem sendo aparelhada pelo atual governo. Tudo a ver com a contínua interferência/aparelhamento dos nossos governos nas agências reguladoras federais, estaduais e municipais criadas exatamente para evitar interferências políticas; são órgãos de estado e não de governo.

No dia anterior, o temível agente laranja demitiu uma diretora do FED, fato inédito na história da instituição. É apenas mais um capítulo da sua indisfarçável  tentativa de controlar o órgão, porisso vive às turras com seu presidente, que também deseja demitir. Qualquer sujeito razoavelmente esclarecido, sabe o quanto nosso atual presidente importunou o ex-presidente do BC, querendo interferir nas decisões da política de juros. Na Argentina, em 2010, a hermana Cristina Kirchner quando presidia o país, demitiu o presidente do BC local.

A cerca de um mês, o déspota nada esclarecido, demitiu a líder de estatísticas do BLS (Bureau of Labor Statistics),  acusando-a de manipular dados a respeito de dados de emprego com fins políticos; os números por ela apresentados ficaram bem abaixo das expectativas. Em Latinoamerica, Cristina Kirchner, em 2007 quando presidia a  Argentina, ordenou uma intervenção no Indec (o IBGE deles); 700 funcionários foram afastados ou renunciaram, centenas de técnicos foram substituidos por militantes políticos. Até 2016, o país viveu um apagão de dados,  uma vez que os divulgados pelo Indec, evidentemente manipulados,  perderam toda a credibilidade. 

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É uma ironia da história, que justo a nação fundadora da primeira república moderna  esteja a copiar práticas políticas de repúblicas bananeiras. É a América latinoamericanizando-se.

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