domingo, 17 de agosto de 2025

É falcatrua prá todo o lado.

Os últimos meses tem sido pródigos na descoberta de fraudes e golpes pelo país. O mais vistoso foi a tunga dada em aposentados - fui vítima também. Coisa de 6/8 bilhões de reais. Na semana que passou, veio à tona um caso de corrupção envolvendo auditores paulistas, que só de propinas receberam mais de um bilhão de reais, conseguindo agilizar ressarcimentos de impostos pagos ao governo  paulista por empresas  algumas delas conhecidas nacionalmente. Atentem que apenas falei de bilhões... Milhões são cifras de golpista/corrupto de segunda categoria.

A internet tem facilitado a ação dos golpistas a tal ponto que nos últimos 12 meses um terço da população sofreu algum golpe digital de acordo com matéria publica em O Globo do dia 14. A evolução é de tal ordem que os crimes contra o patrimônio com interação física vem caindo nos últimos anos, em favor dos crimes praticados virtualmente, de acordo com pesquisa DataFolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, publicada no artigo.  Eu mesmo tive um cartão de crédito clonado com débitos indevidos na fatura que me infernizaram a vida por meses.  À desonestidade soma-se a desumanidade. Golpistas aproveitando a comoção causada pela tragédia ocorrida com a moça que morreu quando fazia trilha na Indonésia no mês de julho, lançaran pedidos de dinheiro nas redes sociais para custear o translado e os funerais da moça, usando o nome da família.
As causas para o número de  golpes e fraudes terem assumido tamanha proporção não se devem apenas à falta de fiscalização e repressão. Sou obrigado a concordar com a tese do pensador pop Peninha - quem diria! -  que ao comentar a altíssima taxa de desconfiança para com o outro que existe entre brasileiros - já comentei o assunto em um post anterior - saiu-se com esta pérola:
O brasileiro faz falcatrua, aceita falcatrua e não denuncia falcatrua

Esta permissividade/condescendência  que perpassa nossa cultura é uma das causas que nos coloca no atoleiro em que nos metemos desde a colônia e do qual teimamos em não sair.

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