Rebenque é um pequeno relho usado pelo gaúcho para açoitar o cavalo. Deve infringir grande dor porque a expressão: dar uma surra de rebenque, na querência, significa infringir um castigo severo a alguém.
Foi o que aconteceu com o chamado arco progressista que compõe a esquerda tupiniquim - PT, PSOL, PC do B e seus acólitos: PSB, PDT, PV e Rede - nestas eleições. O grupo colheu a menor votação nas eleições deste século: 19,6%, de acordo com V. T. Freire na Folha do dia 8. Foram 724 prefeituras conquistadas, número menor que as 878 do PSD, campeoníssimo da eleição. O PT até aumentou seu número; de 183 para 248 prefeituras, mas não conquistou nenhuma capital; suas maiores chances no turno final estão em Fortaleza. PDT e PC do B sofreram uma redução superior a 50% e o PSOL perdeu todas suas prefeituras. Exceção foi o PSB, que aumentou em 20% sua participação, além da reeleição no Recife.
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O arco perde votos, prefeituras, mas não perde a empáfia. Basta analisar as respostas dadas para os números, feitas por boa parte de seus líderes e intelectuais, cito dois - Jessé Souza em O Globo, Vladimir Safatle para o UOL. Destoando, apenas o prefeito do Recife, não por acaso reeleito com 78% dos votos válidos. Atribuem ao orçamento secreto, emendas Pix, o sucesso dos partidos de centro-direita. Certamente influenciaram, entretanto, é a incapacidade de ler o imaginário do eleitor particularmente de baixa e média renda e de apresentar soluções adequadas aos problemas desta segmento de eleitores, a razão determinante para essa vertiginosa queda. - Mais picanha, menos Venezuela - como colocou Reinaldo Meirelles do Instituto Locomotiva. Fazem política para bolhas (minorias e identitarismo) e insistem em soluções econômicas que nunca resolveram os gargalos estruturais dos países latino-americanos. Comportam-se como os portadores da Boa Nova, não a dos Evangelhos, mas da doxa progressista. Quem não reza pela cartilha quando não é tachado de fascista, é reaça, ignorante, alienado e por aí vai.
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Colhem o que plantaram.