sábado, 15 de novembro de 2025

Um abismo

 O fotógrafo do Estadão foi muito feliz ao flagrar a cara de espanto do embaixador que preside a COP-30, diante do olhar - Que estou fazendo aqui? - do indiozinho. É a elite frente a frente com o povão.



terça-feira, 11 de novembro de 2025

Exílio

Longe deste insensato mundo,
a caminho do fim,
exilei-me
junto aos fantasmas do passado,
na solidão do meu eu profundo.


quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Para onde a praga das apostas está nos levando

 

É uma falta de respeito ao jogo. Como jogadores nos sentimos muito mal ao entrar na quadra. Antes se ouvia: Vucevic, ganhe! Agora é como:  Ei,  minha aposta são 10 rebotes. Sinceramente me indigna porque é uma falta de respeito ao jogo.

Nikola Vucevic, pivô do Chicago Bulls. 

(Estadão, 06.11.25)

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Com o pé na estrada

era  o que Lô Borges escrevia sempre que lhe pediam um autógrafo para o seu icônico disco do tênis (1972), de acordo com matéria da Folha de hoje.  Define bem minha passagem por este mundo: andarilho solitário pelas quebradas da vida. Que mais é a vida, se não uma estrada?


É mais um que se vai. Era da turma do mineiro Clube da Esquina, um dos melhores  grupos que a talentosa geração de músicos brasileiros das décadas de 60/70 produziu. Caramba! não é para qualquer ícone da nossa música brasileira atual - não cito nomes para não ferir suscetibilidades! - produzir pérolas como :

Coisas que ficaram por dizer,
na canção do vento,
não se cansam de voar.
(Trem Azul - Lô Borges/Ronaldo Bastos)

domingo, 2 de novembro de 2025

No Rio, guerra virou paisagem.(II)

 Pesquisas mostraram sobejamente o apoio do povão a ação da policia. Apenas confirmaram o que pensa a minha secretária. Ambos sabem bem onde o calo aperta.

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Já a turma do andar de cima, pensa que essa aprovação é lamentável de acordo com o artigo de Paulo Sérgio Pinheiro para a Folha de hoje. Ele é um cientista político e exibe um currículo respeitável com cargo e missões humanitárias na ONU. O que dizer da classe artística, da imprensa e da academia que dobram a aposta; consideram  as opiniões desse pessoal, fruto do conservadorismo, atraso, falta de cultura. Encastelados nos seus bairros e condomínios fechados da Zona Sul e Sudoeste que - ainda! - não vivem sob a ordem do dia de milicianos ou de bandidos do CV, TCP ou ADA,  e que na sua grande maioria consideram  bandido uma vítima da sociedade. Fazem eco ao velho Rousseau - um farol dos progressistas - para quem o ser humano é naturalmente bom; é a sociedade que o corrompe. É simpático...  você constrói uma reputação de pessoa que acredita na humanidade entre seus pares. Não é o que a realidade mostra. Fosse, frentistas de postos de gasolina, a turma dos serviços gerais nas empresas, as secretárias que servem a esses bacanas, e na sua maioria vivem em favelas, também seriam bandidos. 

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Preocupante é constatar que pessoas muito próximas a esses grupos do crime organizado, com suspeita de participação nas suas atividades, como funkeiros/influencers/DJ's - alguns já foram presos - tenham tantos seguidores nas redes sociais. Já falei deles em post anterior. Quem explica? É povo da favela também. Seria o ódio à violência da polícia tão grande? Ou seriam ecos da glamourização da vida bandida que tem suas raízes lá atrás nas décadas de 70 e 80? Quem não lembra da bandeira-poema de Sérgio Oiticica (1968):

 - Seja marginal, seja herói

(se bem me lembro já  postei-a por aqui )

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Faltando um pedaço

 No final do mês de aniversário, cai-me no ouvido essa música que embalava as dores de um grande fracasso amoroso. A gravação é uma delicada versão musical da  canção original cantada por Djavan nos anos 80. 

É estrada...

O título tem tudo a ver.



No Rio a guerra virou paisagem

Frase definitiva  sobre a violência que tomou conta do Rio faz algum tempo. Ela é título da coluna de Mariliz Pereira Jorge para a Folha (28.10.2025), data em que a cidade viveu o maior morticinio na longa história de enfrentamentos protagonizada  entre as polícias e a bandidagem, neste confronto representada pelo Comando Vermelho.

Não vou entrar na ideologização ou politicagem que tomou conta do debate que corre solto nas diversas bolhas que compõem a midia e redes sociais ao sabor dos ventos que sopram em cada uma delas... se houve ou não chacina, se os bandidos são narco-terroristas... Como morador da Zona Sul - a face vendavel/monetizavel apresentada pelas agências de turismo  desta cidade partida -  e que não sente na carne  o problema, vou dar lugar de fala para minha secretária que mora em Santa Cruz, lá no fundão do município em uma área antes dominada pelas milícias e agora tomada pelos traficantes. Ela os qualifica de perversos, comparados aos milicianos. Não confia na polícia, mas aprovou a mortandade, porque prá ela bandido bom é bandido morto. 

Dou toda a razão para seus ódios, apesar de não concordar que bandido bom é bandido morto, dada a minha formação, mas morasse lá... provavelmente acabaria concedendo. 

Fabiano Rocha - O Globo

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Cidade Maravilhosa, aquela da marchinha de carnaval de 100 anos atrás,  já era.