Sei lá se é a velhice, mas cresce em mim o desejo de ficar em casa, com meus livros, minhas comidas, meus vinhos. Estou repetindo minha mãe que sempre dizia que ficava bem em casa, no seu arrevesado dialeto, mescla de italiano falado no Trentino-Alto Adige e português. Até meu pai, mais sociável, na sua velhice, preferia a traquilidade do lar. Gostava de receber os netos, mas quando eles iam embora dizia: - Graças a Deus! Maior seu avanço nos anos, menor sua tolerância para com a agitação.
Com tal genética, eu fui além. Antissocial-raiz, quero desconhecer gente que já conheço, como escreveu Lusa Silvestre na sua coluna do Estadão. Interagir com os outros, cada vez mais, torna-se uma agonia. Repetindo minha mãe:
- Fico bem em casa.
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