E não é que ele veio aportar no Arpoador?
Foi depois da tempestade que desabou sobre o Rio na quarta-feira a noite. Ventos de até 110km/h. São os tais dos eventos extremos. Saldo - 6 mortos.
Na madrugada de sexta-feira, incêndio no Ninho do Urubu, nos alojamentos - verdadeiras arapucas - dos adolescentes que sonhavam ser craques do Flamengo. Saldo - 10 mortos. Naquela madrugada, Bope e Polícia Militar invadem os morros da Coroa, Falé e Fogueteiro atrás de bandidos. Saldo - 13 mortos. Há suspeitas fortíssimas de que foi extermínio. Wilson Abatedor Witzel, dizendo a que veio.
Com tantas e tamanhas tragédias - a maior parte podendo ser evitada - ocorrendo em espaços de tempo cada vez mais curtos atrevo-me a dizer que essa década marca o ápice do desvio civilizacional em que nos metemos. Construímos uma nação com eventos históricos em que na maioria das vezes os piores superaram os melhores, em que o vício venceu a virtude. O resultado é um imaginário torto que para ser endireitado vai precisar de muita arte e engenho.
Gilberto Dimmenstein derrama seu desalento no seu blog Catraca Livre escrevendo que somos um um povo de merda. Acho que é mais apropriado do que país de merda. De fato o país não merece ser rebaixado a tal nível. Tenho um amigo que ao ouvir a afirmativa dizia que para ser de merda haveria muito que melhorar. Riamos muito diante da frase de efeito mas os inúmeros infortúnios que se abateram sobre o país na década estão lhe dando a razão. Como os rios vão ter ao mar, o imaginário torto construído no país, desaguou todas suas mazelas nessa década.
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