sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Um balde de água fria ...(II)

 Na mesma linha, Jung já tinha elaborado no passado o conceito de persona, que ele definiu como uma máscara que dissimulava  a individualidade.
Quando analisamos a persona, nós retiramos a máscara e descobrimos que o que parecia individual é, no fundo, coletivo; em outras palavras, a persona era apenas uma máscara da psique coletiva. Fundamentalmente, a persona não é nada real: ela é um compromisso entre o individual e a sociedade com relação àquilo que uma pessoa deveria aparentar ser. Essa pessoa recebe um nome, um título, exercita uma função, ela é isso ou aquilo. Em certo sentido, tudo isso é real, já em relação à individualidade essencial da persona envolvida, isso é apenas uma realidade secundária, uma formação de compromisso, para fazer o outros, com frequência, terem uma parcela maior do que ela. A persona é uma semelhança, uma realidade bidimensional
C.G. Jung, Misterium Conjunctionis, 1970 in J .B. Peterson, Mapas do Significado - A Arquitetura da Crença, É Realizações, 2018

Nelson Rodrigues tinha muitos aforismos a respeito da nossa dualidade como seres humanos. Lembro particularmente de uma delas:
De perto ninguém é normal.

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