terça-feira, 24 de julho de 2012


Reminiscência

Na manhã fria de inverno, 
o som surdo
dos passos sós
rompe solerte
o silêncio das ruas.
Passos marcados,
passos pesados,
passos cansados,
que retornam
depois de um périplo
pela existência.
(O bom filho sempre à casa torna!) 
Fazem-lhe companhia,
o canto alegre do bem-te-vi,
desafinado do joão-de-barro,
 dolente do quero-quero.
De contraponto,
O repique pungente de um sino
que  atravessa indolente o vale.
Compõem uma estranha sinfonia,
Que me perpassa e afoga em melancolia.
Alegorias  de um tempo que se foi,
daquilo que nesse tempo não foi,
...os amores perdidos,
... os sonhos   despedaçados,
... as feridas,
algumas cicatrizadas,
outras  ainda vivas
 recendendo em dor.


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