segunda-feira, 4 de maio de 2020

...e o virus está no ar (VII)


Li uma entrevista no Publico português de Johan Giesecke, um epidemiologista sueco em que ele defende a política de não confinamento que a Suécia praticou com resultados questionáveis, já que o número de óbitos por lá, foi bem maior que o dos vizinhos que praticaram o confinamento. Há argumentos pertinentes  e que merecem consideração e que face às condições locais: educação da população e recursos hospitalares, permitem que não se pratique o isolamento, evitando que o rebote na economia seja tão danoso. Pense agora no Brasil; considere por exemplo o que está acontecendo na favela de Rio das Pedras de acordo com o depoimento de uma moradora ao Globo de hoje:
Já são muitas mortes no Rio das Pedras. Tem bar aberto 24 horas e até baile funk. O carro de som da associação de moradores pede para as pessoas ficarem em casa, mas não adianta. Numa noite destas teve uma festa na minha rua até 3h da madrugada, com som altíssimo, isto nunca teve antes. Todo mundo se abraçando e trocando carinho enquanto tanta gente morrendo. O padre do Rio das Pedras está internado em estado gravíssimo, o locutor da rádio, um pastor e um rapaz de 22 anos morreram, além de muitos outros. Mas ninguém está se importando — acrescenta. — Nem a milícia consegue impor a quarentena.
Se sequer a milícia consegue se impor...  Pobreza, falta de educação, desprezo pelas normas, milícias...Um caldeirão de mazelas inimaginável na Suécia.  Duro é que serão os moradores  que pagarão caro - com a própria vida -  a fatura da iniquidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário