... 72 anos.
Se parece inverossível o fato de você estar aqui há tanto tempo, ou de que tudo se passou um pouco rápido demais - Parece que foi ontem! - também cresce a certeza de que o fim se aproxima. Não temos mais futuro, vivemos do passado. Nossos contemporâneos, nossos ídolos - tantos mal-escolhidos - vão morrendo aos poucos e aumenta a sensação de estranheza com tudo o que acontece no palco desse mundo, vasto mundo, parafraseando Drummond.
.... e olha que sempre me virei só ao longo destes 72 anos, à exceção daqueles da minha infância. A partir dos 11 anos fiz o mundo.
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A grande conquista do ano foram os 300 km dos Caminhos da Fé. Depois de duas tentativas abortadas, finalmente cruzei a pé a Mantiqueira majestosa, solito no más, e com uma mochila de 8kg nas costas. Com os preparativos, custou-me uma hérnia inguinal que tive que corrigir com uma cirurgia. Ao fim e ao cabo, foi uma vitória sobre as vicissitudes da idade. O caminho de Santiago aguarda-me.
Em contrapartida, o sentimento da fragilidade que os anos vividos nos trazem, manifestou-se no aparecimento inesperado do herpes zoster . É doença extremamente desagradável pelas sequelas que apresenta; as dores na região atingida no lado esquerdo do tórax persistem por quase 3 meses. Até quando?
Certamente uma derrota imposta pelas circunstâncias sobre a fragilidade do organismo associada à quadra da vida que atravesso.
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... mas o que importa é caminhar - sensu strictu e sensu lato - com os tropeços e as quedas inerentes ao caminho. Enquanto houver forças para levantar, sacudir a poeira e continuar, prosseguirei. A resiliência é minha força.
Destino? Incerto.
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A grande emoção do dia? Ver minha mãe, em duas gravações recuperadas, com sua voz trôpega pela velhice, cumprimentando-me pelo aniversário. Rí, chorei... De tudo um pouco.
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