terça-feira, 8 de outubro de 2024

E lá se foram...

 ... 72 anos.

Se parece inverossível o fato de você estar aqui há tanto tempo, ou de que tudo se passou um pouco rápido demais - Parece que foi ontem! - também cresce a certeza de que o fim se aproxima. Não temos mais futuro, vivemos do passado. Nossos contemporâneos, nossos ídolos - tantos mal-escolhidos - vão morrendo aos poucos e aumenta a sensação de estranheza com tudo o que acontece no palco desse mundo, vasto mundo, parafraseando Drummond. 

.... e olha que sempre me virei só ao longo destes 72 anos, à exceção daqueles da minha infância. A partir dos 11 anos fiz o mundo.

******

A grande conquista do ano foram os 300 km dos Caminhos da Fé. Depois de duas tentativas abortadas, finalmente cruzei a pé a Mantiqueira majestosa, solito no más, e com uma mochila de 8kg nas costas. Com os preparativos, custou-me uma hérnia inguinal que tive que corrigir com uma cirurgia. Ao fim e ao cabo, foi uma vitória sobre as vicissitudes da idade. O caminho de Santiago aguarda-me.

Em contrapartida, o sentimento da fragilidade que os anos vividos nos trazem,  manifestou-se no aparecimento inesperado do herpes zoster . É doença extremamente desagradável pelas sequelas que apresenta; as dores na região atingida no lado esquerdo do tórax persistem por quase 3 meses. Até quando? 

Certamente uma derrota imposta pelas circunstâncias  sobre a fragilidade do organismo associada à quadra da vida que atravesso.

******

... mas o que importa é caminhar - sensu strictu e sensu lato - com os tropeços e as quedas inerentes ao caminho. Enquanto houver forças para levantar, sacudir a poeira e continuar, prosseguirei. A resiliência é minha força.

Destino? Incerto.

******

A grande emoção do dia? Ver minha mãe, em duas gravações recuperadas,  com sua voz trôpega pela velhice, cumprimentando-me pelo aniversário. Rí, chorei... De tudo um pouco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário