domingo, 24 de junho de 2012


Fogo fátuo,
flores fanadas,
frutos ressequidos.
Gotas
num oceano de desgosto.
As alegrias da vida
passam.
Fica
o amargo na boca.
Frufru, marola, pajelança e papo furado!(7)

A Rio+20 não passa de um teatrinho homologatório daquilo que só será real quando a água dos poderosos faltar.

Arnaldo Bloch 23.06.2012 O Globo

Frufu, marola, pajelança e papo furado! (6)

Ontem para celebrar o fim da Rio+20 rolou uma festa no Espírito Santa, em Santa Teresa, chamada... Cópula dos Povos, com DJs estrangeiros que vieram para a conferência. 
Uma espécie digamos assim de saliência sustentável.

Ancelmo Gois - 23.06. 2012  O Globo

Frufu, marola, pajelança e papo furado (5)

........
De consenso mesmo só o fato de que os paises mais ricos e poderosos estão dispostos a salvar o planeta, desde que não tenham que enfiar a mão no bolso. Por isso, o momento mais significativo oi o do discurso da jovem neozelandesa de 17 anos Brittany Trifford, puxando a orelha dos chefes de estado, ao cobrar ação e mudanças urgentes: Vocês tem 72 horas para decidir o destino de nossas crianças, dos meus filhos,dos filhos dos meus filhos. Parece que não lhe deram ouvidos.
Mas, enquanto lá no Riocentro era aquele chove e não molha, em outras partes da cidade, principalmente no Centro, que que se via era uma grande e divertida efervescência, lembrando os desfiles dos blocos carnavalescos. Nunca houve tantas e tão variadas manifestações de protesto em tão pouco tempo. Passeatas, marcha global, marcha da maconha. Rapazes com nariz de palhaço e bocas tapadas com fita adesiva protestavam contra os muros da conferência. Índios com tacape, arcos e flechas deixavam a polícia sem saber o que fazer, já que podiam representar ameaça. Na Cinelândia, o senador Eduardo Suplicy, com chapéu de Robin Hood, cantava Bob Dylan para propor a criação de um imposto financeiro. Uma bonita moça com seios à mostra, como se representasse as femens da Ucrânia, a Riquezinha, tocava tambor em defesa das lésbicas, das negras e da liberdade feminina. Um frequentador do aterro que num dia viu os lindos seios nus  da jovem e no outro esbarrou com as bundas nuas dos participantes do movimento Ocupa Rio, disse que aquilo parecia ser não a Cúpula , mas a Cópula dos Povos.
A Rio+20 pode ter sido um fracasso, mas os movimentos sociais fizeram seu carnaval.

Zuenir Ventura  O Globo, 23.06.2012

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Frufru, marola, pajelanca e papo furado (4)

Tudo dentro do previsto. O balneário, entretanto, conseguiu o que queria, garantiu a festa, cumpriu seu destino de tambor do Brasil, apareceu na midia internacional, os hoteleiros  levaram o deles , dos que moram aqui muitos curtiram 3 dias de ponto facultativo, apesar do tempo não ter ajudado. Muito barulho por nada.
 .......................
Os resultados pífios da agenda oficial dessa lamentável "Rio-20" devem-se à trama de interesses e de vontades que agiu persistentemente desde a Rio 92, para que nenhuma mudança os afetem ou possa vir a ameaçar sua hegemonia geopolítica.

Em 1992, o apelo da menina Severn Suzuki aos chefes de Estado, para que assumissem compromissos ambientais, comoveu o mundo. Agora, a neozelandesa Britanny Trilford foi mais incisiva: "Vocês estão aqui para salvar suas imagens ou para nos salvar?". E mais: "Cumpram o que prometeram". Rostos impassíveis ouvindo a crítica. Será que essa denúncia contundente de sua inação os abala de fato?

A conferência mostrou a distância crescente entre os povos e os Estados. O contraste não foi apenas entre as cores barulhentas da diversidade social e as formalidades do Riocentro. Trata-se de um deslocamento que a sociedade faz, um trânsito na civilização que não é acompanhado pelos governos. Estes limitam-se a falar do futuro enquanto disputam o espólio do século passado e se prestam a ser os guardiães da insustentabilidade.

Marina Silva - Folha, 22.06.2012

quinta-feira, 21 de junho de 2012

mulher retada,
essa Erundina,
recusando o conluio,
salvou sua biografia
Já o Lula da Silva,
afunda a cada dia.
É a versão revisitada,
da velha oligarquia nordestina.
Suas práticas remetem
a Sarney, Collor, Renan.
Todos bons companheiros,
todos frutos podres,
(Vitelloni)
dessa árvore carcomida
que é
nossa política falida.

quarta-feira, 20 de junho de 2012


Tempo de solstício.
As cores pálidas,
a luz difusa,
a obliquidade das sombras,
a névoa da manhã,
o frio tépido,
a quietude da natureza,
o silêncio dos pássaros,
o relógio devagar.
Meu tempo.



terça-feira, 19 de junho de 2012

Frufu, marola, pajelança e papo furado (3)

Uma das melhores coisas que li esse ano.

Ilusões à toa.
Cacá Diegues
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O homem sempre teve projetos para a natureza mas a natureza nunca teve e nunca terá nenhum projeto para nós. E nem porisso devemos tratá-la como inimiga, embora ela não seja a mãe que um certo romantismo desejou que fosse. Mas assim como nos iludimos com a possibilidade de harmonia com a natureza, erramos gravemente quando inventamos de dominá-la, controlá-la, modificá-la, segundo nossos exclusivos interesses.
A cultura humana é uma espécie de virus a atazanar o corpo do mundo com suas invenções. Nós somos os únicos filhos dele que resolvemos organizar sua vida, dizer para onde o mundo deve seguir. Mas ele é surdo, não tem nada a ver com as nossas ilusões e vai em frente conforme as suas próprias necessidades.
Todas as criações do universo são parte constitutiva da natureza, participam de sua existência sem mando sobre seus rumos. Mas quando o homem inventou a cultura, criou a ilusão arrogante de que o universo poderia estar a seu serviço. Fomos longe demais e, agora, quando não temos mais esperança de harmonia com ela, nem mais podemos sonhar com o domínio sobre ela, só nos resta negociar com a natureza.
Negociar significa saber até onde podemos ir nessa nossa irreversível pretensão de criadores, o que é possível fazer para seguirmos em frente sem pensar em ocupar um espaço a que não temos direito. Significa ceder no insensato, para ganhar no razoável. Ou , como dizia Raymond Aron, a propósito da política humana, a opção nunca tem a ver com uma luta entre o bem e o mal, mas com o preferível e o detestável.
O século 21 tem-nos surpreendido com uma constante queda da humanidade do alto dos tronos em que os humanismos triunfalistas a coroaram soberana, do controle sobre a história ao fim de todas as tiranias, da utopia cristã à sociedade sem classes, da harmonia com a natureza ao poder sobre o universo. Nenhum desses triunfos tão anunciados se realizou, nem tem como se realizar; e nós temos dificuldade em descer do carro alegórico das nossas ilusões.
Ilusões até justificadas pelas decepções com o mundo e conosco, nossas vidas e relações com os outros. Tenho um amigo que garante que o Juizo Final foi bolado para ser um gesto de Deus a nos pedir desculpas pela cagada que Ele fez. Aqueles que forem capazes de O perdoar terão direito ao céu.
O mundo vai estar sempre muito aquém dos nossos projetos e foi porisso que inventamos a cultura. Nossa intervenção no mundo é única, como nenhum outro animal jamais ousou fazer. Arte, ciência, tecnologia, conhecimento, tudo isso é produzido por nossa insatisfação com as coisas como elas são, por nosso desejo de mudá-las. E se ignorarmos esse desejo, perderemos o sentido da existência de nossa própria espécie.
Negociar com a natureza significa conhecer os limites de nossos desejos e aprender a domá-los. Uma espécie de acordo de paz entre o vírus da cultura humana e o corpo da natureza , como as bactérias e os micróbios diversos convivem em paz em nosso próprio corpo. Seria uma atitude tirana acharmos que somos livres para fazermos o que bem entendermos do que está a nossa volta.
Para celebrar a cidade alegre, nada mais natural do que usar uma poeta e a imagem da primavera. A poeta é Cecília Meireles, a primavera está nesse seu texto: A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba o seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega..
Salve, salve Rio+20, o anúncio da primavera no inverno carioca!

O Globo, 16.06.2012

segunda-feira, 18 de junho de 2012


Frufru, marola, pajelança e papo furado! (2)

Esse aí não é...

José Eli da Veiga 
O maior dilema contemporâneo
NESTAS CÚPULAS de nações e de povos, dificilmente haverá momento tão esclarecedor sobre as limitações do slogan "economia verde" quanto o propiciado ontem no Forte de Copacabana pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), com patrocínio do Instituto Arapyaú e apoio do Vitae-Civilis e da Climate Works Foundation.
Ao contrário das atividades chapa-branca do Riocentro, assim como da maioria dos eventos paralelos que pululam pelos arredores, foi possível assistir a um ótimo confronto entre três visões sobre os rumos da economia global, duas das quais antagônicas.
O fraco bom-mocismo do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga contrastou com as análises dos dois acadêmicos que intervieram nessa 11ª sessão dos "Diálogos Sustentáveis": Tim Jackson, da Universidade de Surrey, autor do ícone sobre o tema "Prosperidade sem crescimento" (Earthscan, 2009), e Ricardo Abramovay, da FEA/USP, que lança hoje o livro "Muito Além da Economia Verde".
Os dois professores não creem, como Fraga, na eternidade do crescimento econômico. Afirmam que, em países sem aumento populacional e sem pobreza, o desenvolvimento humano não precisa mais de expansão do sistema econômico. Todavia, como é gigantesca a inércia da exigência inversa, absolutamente obrigatória por mais de dez milênios, vai demorar muito para que essa ficha possa cair.
Por isso, em vez de buscar a estabilização de suas economias, essas sociedades mais avançadas caem na pior armadilha contemporânea, ao terem que estimular o desperdício. Fazem de tudo para que seus consumidores gastem o que não têm para comprar o que não precisam com o propósito de impressionar pessoas que nem sequer admiram.
Até que seja possível sair de tal labirinto, será esse "dilema do crescimento" que dominará a macroeconomia das nações com população estável e pobreza erradicada. Depende de esquizofrênico consumismo a estabilidade social do capitalismo avançado.
Nesse contexto, a "economia verde" só pode ser paliativa, pois mesmo que reduza o teor de carbono e de insumos naturais das mercadorias, é incapaz de diminuir o resultante impacto ambiental. A expansão desse consumo sempre ultrapassa os ganhos ambientais relativos, inviabilizando a queda da pegada ecológica. 

JOSÉ ELI DA VEIGA, professor dos programas de pós-graduação do Instituto de Relações Internacionais da USP e do IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas), é enviado especial da Folha à Rio+20.

 Folha, 16.06.2012

domingo, 17 de junho de 2012


Benvindos ao inferno (3)

O motorista da linha 433 dirigia com uma só mão, quarta a tarde quando ia pela Marques de São Vicente na Gávea. A outra mão segurava o garfo com o qual ele almoçava enquanto estava guiando.

Gente Boa, O Globo, 16.06.2012

sábado, 16 de junho de 2012


Pó de estrelas

Mero traço
cortei teu espaço.
Insignificante,
estrelinha de quinta,
nota de rodapé,
aposto,
reles figurante
despedaço-me
nas pedras
da tua distância.
Banal,
não passo de efeito colateral.
Doi demais
tamanha  irrelevância.
Velas ao vento
faço-me ao largo,
parto
para o  mar alto.
Andorinha,
lobo,
agora 
marinheiro só.
Outros verões
virão,
outros portos
aportarei.
Algum
me acolherá.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

...nesse  tempo de piriguetes, panicats, mulheres-fruta....


- Joãozinho, o que você quer ser quando crescer?

- Quero ser bilionário, ir à boate mais cara, pegar a melhor puta, dar a ela um Jaguar de mais de um milhão, um apartamento em Ipanema, uma mansão em Paris, um avião a jato para viagens à Nova Iorque, um cartão Visa Infinite e amá-la 3 vezes ao dia...
 

A professora, realmente não sabendo mais o que fazer com o mau comportamento do menino, resolve não dar importância ao que ele disse e continua a aula...

- E você, Mariazinha?

- Professora, não tenho a menor dúvida... Quero ser a puta do Joãozinho.

(Recebi por e-mail)

quinta-feira, 14 de junho de 2012


Na dor e na alegria,
Rezar faz bem.




PRECE  ÁRABE

Deus,
não consintas  que eu seja
o  carrasco que sangra as ovelhas,
nem  uma  ovelha nas mãos dos algozes.

Ajuda-me a  dizer sempre a verdade
na  presença dos fortes,
e jamais  dizer mentiras
para  ganhar os aplausos dos fracos.

Meu Deus!
Se  me deres a fortuna,
não me  tires a felicidade;
se me  deres  a força,
não me  tires a sensatez;
se me for  dado prosperar,
permita que  eu não perca a modéstia,
conservando apenas o orgulho da dignidade.

Ajuda-me a  apreciar o outro lado das coisas,
para não  enxergar a traição dos adversários,
nem acusá-los  com maior severidade
do que  a mim mesmo.

Não me deixes  ser atingido
pela ilusão  da glória,
quando bem  sucedido e
nem  desesperado quando sentir insucesso.
Lembra-me que  a experiência de um fracasso
poderá  proporcionar um progresso maior.

Ó Deus!  Faze-me sentir que
o perdão é o  maior índice da força,
e que a  vingança é prova de fraqueza.

Se me tirares  a fortuna,
deixe-me a esperança.
Se me faltar  a beleza da saúde,
conforta-me com a graça da fé.

E quando me  ferir a ingratidão
e   a incompreensão dos meus semelhantes,
cria em  minha alma
a força  da desculpa e do perdão.

E, finalmente  Senhor,
se eu  Te esquecer, te rogo, mesmo assim,
nunca  Te esqueças de mim"

quarta-feira, 13 de junho de 2012


Frufru, marola, pajelança  e papo furado!

É o que vai ser essa Rio+20 que começa hoje.
Lembro da Rio-92. Havia um globo no Aterro onde as pessoas depositavam seus augúrios para um mundo menos poluido. Virou ícone de evento. Todos os jornais televisivos o exibiam sempre com alguém deixando lá sua mensagem.  Até eu passei por lá com desejos de deixar  meu desejo, entretanto a timidez não permitiu. Passado algum tempo, ví esse mesmo globo, colocado na pracinha aqui em frente à catedral na av. República do Chile. Estava caindo de podre, e deve ter terminado assim, carregando tristemente todos aqueles augúrios.... Fazia sentido pois o mundo ficou mais emporcalhado ambientalmente mesmo com aquela pajelança toda de boas intenções (das quais, aliás, está pavimentado o inferno!) Enquanto esse conceito torto de progresso continuar dando dinheiro aos poderosos da terra (grandes corporações) ele permanecerá.
Vejam o que disse essa física e ambientalista indiana,Vandana Shiva ( O Globo, 13.06.2012):

Perguntada sobre o que esperava da Rio+20, respondeu:
Minha expectativa é zero.

sobre globalização:
Terceirização da destruição ecológica e do custo de produção. Todas as manufaturas mudaram-se para a China. Toda a mineração passou a ser feita nos paises emergentes.

sobre o modelo de economia verde:
A indústria do petróleo e o agronegócio encontraram na economia verde uma maneira de defender seus próprios interesses, subvertendo o conceito.... economia verde não se trata de tecnologia e sua transferência e sim da exploração de produtos naturais.

... e nâo é que ela tem razão! Até hoje não se conseguiu  redigir um documento final sobre o evento, que provavelmente não passará de uma carta de intenções.

Benvindos ao inferno.(2)


 Noite passada um ônibus desgovernado invadiu um ponto de espera na Av. Brasil, altura do Caju. Matou 5, feriu 22.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Laurel (O Magro) & Hardy (O Gordo) y Carlos Santana  Blues Band (Oye como vá!).

Embalaram minha infância e juventude.
Montagem genial.


segunda-feira, 11 de junho de 2012


Pesa o mundo?
Doe a alma?
Te batem a porta?
Ouça Constanzo Festa.
Verás que ainda resta,
paz,
luz.


domingo, 10 de junho de 2012


Usei muito o ônibus em Copenhagen. Motoristas civilizadíssimos, ônibus com recursos para deficientes. Enfim... coisa de primeiro mundo, como se diz por aqui (detesto essa expressão!).
Poderíamos importar alguns desses motoristas para educar os nossos no trânsito. Para os que já dirigem possivelmente só através de uma lavagem cerebral.
É um horror ver praticamente todo dia, aquele ônibus imenso atravessado no cruzamento atravancando o tráfego.
Esses motoristas a cada viagem somam, fácil...,  20 pontos na carteira!  Caso a lei funcionasse poucos se safariam e nos veríamos livres deles.
... é a barbárie a brasileira!
Prá esquecer...
a Pequena Sereia e sua desolação pelo amor não correspondido.




Não se estressa, Benê...estamos quase em casa!

Dizia prá mim um colega ao me ver apoplético tentando encontrar uma fila naquela  esculhambação que era apanhar um táxi no aeroporto.
Assim pensa o carioca. Já ouví a mesma frase várias vezes ditas por algum contumaz transgressor da ordem... desses que estacionam em fila dupla, furam a fila , desrespeitam o sinal de trânsito (cariocas não gostam de sinal fechado... canta a Adriana Calcanhoto) ... reagindo à justa indignação de quem não suporta tanto mal-feito. Agimos como se houvesse recurso prá todos, que tudo se ajeita com o tempo. O resultado é essa desorganização, esse desleixo com as coisas, com a cidade... eu diria relaxamento (e o conselho ora cínico, ora acomodado de no stress!)
...e prá resolver ....a esperteza, o jeitinho!
É uma lei básica da vida: A oferta será sempre menor do que a demanda, sentenciou o velho Marx.  Daí a necessidade da norma e o respeito a ela.
Vá dizer isso a um carioca... Ele acha caretice!
Enquanto nosso imaginário funcionar dessa maneira, seremos um povo bárbaro.
Prá desestressar (!) o design dinamarquês. Eles são muito bons nisso!




Benvindos ao inferno!

O avião aproxima-se do finger que não funciona e nos obriga a descer pela porta traseira, após aguardar pelo menos 20 minutos.
Depois de mais de 30 minutos para retirar a bagagem, é hora de tomar o táxi.
Deles, não há fila, nem ela é formada para quem os toma. Eles param em qualquer lugar e apanham qualquer um.  E, por incrível que pareça, havia  uma pessoa prá coordenar isso...
Essa é a nossa barbárie. Diferente daquela dos vikings e porisso talvez insuperável.
Quem (sobre)viver, verá.
Prá esquecê-la algumas flores e o verde de Copenhagen.







Definitivamente... Não há nada de podre no Reino da Dinamarca!

A viagem a Copenhagen...esse encontro com a civilização... me provoca uma miríade de reflexões.
Sim... porque os escandinavos prá mim, e prá eles também, são o crème de la crème do que podemos considerar mundo civilizado. Eles se consideram (e com razão!) o primeiro mundo. No segundo, incluem, USA, Canadá, Austrália, Nova Zelandia, Inglaterra, Alemanha. No terceiro, entram os europeus mediterrâneos, a Rússia. quem sabe o Chile... e num honroso quarto lugar, nós... os africanos... a velha turma de sempre!
mas... lá tudo funciona, a não ser o clima... venta quase sempre... e os dias são invariavelmente cinzentos. Tudo é pequeno, ajeitadinho.  É o país do Hans Christian Andersen e suas impagáveis fairy tales... a Suécia tem o Bergman e seus filmes sobre a angústia que é viver... aliás, deve ter bebido no existencialismo do Kirkegaard, não por acaso, um pastor dinamarquês... e temos Hamlet, o angustiado príncipe da Dinamarca para quem a vida resumia-se a pain and sorrow.
Tanta educação, sofisticação, organização... e lembrar que os antepassados foram vikings, um povo bárbaro, que pilhava e saqueava os vizinhos (vai ver porisso tem tanta mulher bonita lá...Na média seguramente as mais bonitas do mundo. Elas devem ter sido o troféu arrebatado aos vencidos! Foram tantos que deu nessa eugenia toda)...
Tudo isso prá dizer que talvez tenhamos esperança como país. Entretanto,ninguém de nós verá essa mudança. A não ser que, pelo menos,  viva mais 500 anos!

As agulhas de Copenhagen













sexta-feira, 1 de junho de 2012


As duas luas de maio.


Uma delas...
com graça,
discreta,
diáfana,
esvai-se
na luz difusa e delicada da manhã.
Argêntea
põe-se no Ocidente,
de braços com o Cristo.
A outra...
ajaezada de ouro,
senhora opulenta
ergue-se  pelo Oriente,
emoldurada pela silhueta negra
dos morros da Urca.
À medida que avança a noite,
impõe-se
intensa.
Faz brilhar as águas escuras da baía.

País torto (2)

... ou você se acha o maior do mundo, ou então tem complexo de vira-lata.
Livre pensar é só pensar... ( como dizia o Millor)

Droga de país...aqui tudo é malhado!