segunda-feira, 30 de maio de 2022

...e para que não me acusem...

... de fazer apologia ao crime vai ai a historinha de um jovem que promete fazer a diferença para melhor entre seus pares nesses dias de chumbo.  É filho de um amigo. Sabe muito sobre cafés especiais, mais ainda sobre o processo de torra.

Recebi do amigo, um podcast dedicado a café onde o  filho - Gabriel -  é entrevistado. Além de mostrar todo seu conhecimento na arte da torra - é mestre, referência no  Brasil, de acordo com o entrevistador - revela uma sabedoria invulgar para um pessoa da sua idade. Algumas afirmações,  que pesquei durante a entrevista: 

- a gente não sabe nada!

 - Eu tô aprendendo...

- Vou saber tudo... Não existe!

Ele aprendeu - hands on - no mundo do café o que eu havia  lido/ouvido nos bancos da escola, e atribuido - a frase provavelmente é apócrifa - a Sócrates:

- Só sei que nada sei! 

Infelizmente, só fui incorporá-la à vida na velhice. Jovens e maduros na escala etária, e no calor da  competição profissional tendemos naturalmente a nos achar no assunto que dominamos. Ele não. Tem um sentimento de posição profissional notável para sua idade. Passa seu conhecimento com muita simplicidade.  Tanto que ao final do papo, o  entrevistador lhe prestou um tributo - merecidíssimo - pelo que deu para apreender na hora e meia da entrevista: 

- Um cara sem ego, sem vaidade, sem floreio, sem purpurina. 

Parabéns aos país. Num mundo de celebridades,  que preza o glamour e o  número de clicks nos Instagrams e Tik Toks da vida, ter um filho como o Gabriel é um privilégio.

Uma vida - longeva! - a serviço do crime.

Na nossa condição de idosos - velhos, vá lá! -  e com a perspectiva de um fim próximo,  buscamos exemplos de longevidade - gente que chegou aos 90 anos e até foi além - entre os homens, já que mulheres há muitas. Elas nos suplantam de goleada no quesito. Meu médico diz que é uma questão  hormonal.

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Assistindo ao jornal local da TV na semana passada, não é que encontrei um exemplar raro para o nosso gênero? Vi o velho José Caruso Scafurra - o legendário Piruinha! - ser preso, acusado de ter encomendado a morte do dono de uma loja de carros por uma dívida não saldada. Prá quem não sabe, Piruinha tem um enorme lista de serviços prestados ao crime; é  velho conhecido das páginas policiais cariocas. Fiquei surpreso em vê-lo vivo e em atividade. Está com 93 anos e nada de se aposentar. Continua na lida.

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E nós na casa dos 60/70 anos queixando-nos  de dores nas costas, de artrites e artroses... Piruinha no alto dos seus 93 anos está aí para nos motivar a ir em frente. Acho até que vou visitá-lo...na cadeia! Quem sabe ele me passa a receita do elixir da juventude.

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Coda

O episódio é um enlace perfeito entre cenário e personagem. Em que outro lugar no mundo além do Rio de Janeiro teríamos um bicheiro mandando ver, mesmo aos 93 anos?  Mostra que aqui além do  crime compensar, ele faz bem para quem o pratica.

quinta-feira, 19 de maio de 2022

Delícia

De uma das grandes parcerias dos musicais da Broadway no século XX: Richard Rogers&Lionel Hart, interpretada por uma das grandes divas da canção americana. Deu nisso aí.



terça-feira, 10 de maio de 2022

Prá quem foi ao fundo do poço e ....

de lá saiu, mas meu pensamento é dedicado àqueles que por lá ficaram. 

Tenta, fracassa.

Não importa;

tenta outra vez.

Fracassa de novo.

Fracassa melhor.

A frase de Samuel Beckett, para aqueles que chegam a um final feliz como o tenista Stanislas Wawrinka, que a tem tatuada no antebraço esquerdo, pode ser considerada como um hino à persistência,  fé, resiliência, esperança... o que mais? Wawrinka conquistou seu primeiro  Grand Slam na Austrália em 2014 contra Rafael Nadal após ter sido por ele derrotado 12 vezes sem nenhum set vencido; contra Novak Djokovic foram 14 derrotas em sequência. 

Mas...

e para aqueles - muitos mais! -  que fracassam, tentam de novo, fracassam mais uma vez... e nunca alcançam? Seria a elegia dos perdedores, dos losers da vida? 

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É certo que a vida reserva prá cada um de nós uma cota de fracassos, embora muitos não admitam e nem reconheçam que já tiveram o(s) o seu(s). Entretanto, fracassar  em série sem perspectiva de redenção é pavimentar o caminho da tragédia.

domingo, 1 de maio de 2022

Dia Mundial do Jazz

 Foi ontem. Três biscoitos finíssimos prá comemorar:





Cult publicou uma matéria interessante prá quem quer se iniciar pelo mundo dessa música que já foi popular na década de 50 do século passado. Comparem-na com o que é popular hoje e terão a certeza de que o mundo nem sempre anda prá frente. Em alguns aspectos ele regride.