sexta-feira, 13 de maio de 2016

Sindicato de Ladrões

...infestam a nossa esfera pública desde Pero Vaz de Caminha. Ontem tivemos uma troca de quadrilha em um dia histórico. Sai a composta por bandidos novos que rouba em nome dos pobres. Estiveram no controle  por 13 anos comprometidos a regenerar o país. Acabaram seduzidos pelos maus hábitos e pelas negociatas dos velhos quadrilheiros e até os superaram na avidez; transformaram-se numa franquia da propina segundo Helio Schwartsman (Folha, 12.05.2016). A sede desmedida com que foram ao pote  açulou a ira dos bem nascidos (as tais das elites)  que resolveram retirá-los de circulação.
Estamos agora nas mãos da velha quadrilha que rouba pelos ricos. Ela nos pilha desde  sempre, é mais competente e dissimulada. Pudera, com os anos que tem de janela!
Resta-nos o consolo - eternos provedores dos quadrilheiros que somos, através do dinheiro dos nossos  impostos  - de que agora os negócios comecem a andar.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Afinal... sabemos bem com quem estamos tratando ou...

 das razões para a Noruega ser  top no ranking do  IDH e outros bons índices e nós... bem nós ...
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O professor Aquilino Serra, da UFRJ, exibiu, semana passada, numa palestra na FGV, no Rio, uma pesquisa publicada na revista de ciência Scientific American.
Foi perguntado à população de 30 países o grau de confiança que tinham em relação ao seus conterrâneos. Pois bem.
O norueguês é o povo que mais confia no seu compatriota, e o brasileiro, o que menos confia, atrás até de Uganda.
É um trabalho antigo, de 2008. Mas, de lá para cá, não há muito motivo para achar que o quadro de descrença tenha mudado profundamente.

Ancelmo Góis - O Globo, 09.05.2016

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O post Cena Carioca de 27 de abril passado, comprova a constatação da pesquisa.

domingo, 8 de maio de 2016

De tédio, certamente não morreremos.

Vou transcrever um trecho da que Elio Gaspari escreveu hoje na sua coluna da Folha:

Aqui vai um teste primitivo. Tem cinco afirmações. Quem previu uma delas é ousado. Quem previu duas é um temerário. Quem previu todas pode abrir uma tenda de cartomante:
1- Dilma Rousseff não terminaria o mandato.
 2- Eduardo Cunha perderia a cadeira.
 3- Marcelo Odebrecht iria para a cadeia.
 4- Leo Pinheiro, da OAS, colaboraria com a Lava Jato.
 5- Alemanha 7, Brasil 1.
Quem foi surpreendido em todos os casos é apenas um brasileiro normal. Os tempos é que estão emocionantes.

Oxalá, que depois de tantos terremotos, despertemos desse sono de 500 anos que nos prende ao  imaginário  berço esplêndido em que teimamos viver.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Da pequenez e da grandeza humana

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Fred Pompermayer - Revista Surf

O que se passa na cabeça de um big rider ao olhar prá trás quando está descendo uma muralha dessas?
Teríamos certamente boas respostas para entender um pouco desse estranho bicho que o homem é. 
Ou será que eles não tem tempo prá isso?

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Tudo passa, exceto o PMDB que é imortal.

Josias de Souza, Blog do Josias, UOL, 04.05.2016

Solidão

É vero. Tenho a maior intimidade com ela -velha companheira de todas as horas.

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A solidão faz mal à saúde, dizem cientistas da Universidade de York. Pessoas com falta de relacionamentos têm risco acrescido de infarto (29%) e de acidente vascular cerebral (32%).

Não contesto os números. Contesto apenas a definição quantitativa de solidão. Será apenas ausência física de outras presenças físicas?

Ou Tchekhov tinha razão quando aconselhava algo como isto: "Se tens medo da solidão, não te cases"? Um boa frase para sublinhar uma evidência: podemos ter companhia permanente e sentir uma solidão permanente.

Longe de ser uma questão física, a solidão é um estado metafísico: é a evidência dolorosa de que a nossa existência não tem qualquer relevância para terceiros. Estarmos vivos, estarmos mortos –uma diferença biológica, não mais.

Existe um conto de Gao Xingjian –Nobel da Literatura em 2000 e um mestre da sugestão– que transmite esse sofrimento de forma magistral. Intitula-se "A Cãibra" e, como o título indica, é a história de um banhista que entra no mar para ser acometido por uma dor forte e paralisante no ventre.

A um quilômetro da costa, ele tenta relaxar o corpo, nadar de volta, não ficar ali perdido no meio do nada. Mas o que dilacera o banhista não é tanto a solidão de se encontrar à deriva; é a angústia crescente de não haver quem repare no seu infortúnio, a começar por uma mocinha de maiô vermelho que brincava junto às ondas.
Será que ela me viu entrar na água?, pergunta o banhista. Será que ela repara na minha aflição?
Com esforço, ele regressa a terra firme. A praia está deserta. O companheiro do seu quarto de hotel também está ausente. E, entre os presentes, joga-se às cartas, conversa-se, vive-se como sempre. Indiferentes.

A solidão talvez seja isto: um afogamento fora da água sem ninguém para nos salvar.

João Pereira Coutinho - Judeus, Solitários & Fantasmas, Blog UOL, 03.05.2016

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