domingo, 31 de agosto de 2014

Dormí com a gata da minha cunhada.



Calma!
Trata-se da Lili, uma gata de hábitos e olhos selvagens que minha cunhada resgatou da rua e que traz alegria para a noninha aos finais de semana. Ontem à noite ela resolveu acampar na minha cama e de lá só saiu pela manhã.
Deitado, lia o que Ferreira Gullar escreve sobre Van Gogh na Folha de hoje. Identifico-me com Van Gogh e com sua vida atormentada.  Ele foi ímpar em traduzir para a  tela seus tormentos e ao mesmo tempo recriar a realidade. Cypresses (1889) com as árvores parecendo sarças ardentes é muito mais radical do que qualquer quadro de arte abstrata ou figurativa.


 Lili, enrolada nela mesma, dormia o sono dos justos, alheia aos meus tormentos. Gatos não se importam mesmo.

sábado, 23 de agosto de 2014

Sol

Te insinuas pelas brumas
da manhã fria,
ressaltas a dura  geometria
dos navios e guindastes do cais,
colorindo de laranja

as poluidas  águas da baia.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Pois é, Pondé

Deus me livre de ser feliz.
Soa estranho,
mas me parece essencial
nos afastarmos
da neurose da felicidade.

Luiz Filipe Pondé
A Era de Ressentimento - Leya

domingo, 17 de agosto de 2014