sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

A intolerância dos "tolerantes"

Está virando uma praga: a intolerância dos tolerantes. Fico  passado com a  cara-de-pau dessa turma - na sua grande maioria, minorias - que usa o argumento da intolerância contra eles para se vitimizarem. Três exemplos do non-sense desse pessoal que - prá piorar as coisas -   tem-se na conta de evoluido. Bárbaros são os outros, eu inclusive!

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Jeanine Cummings, escritora, branca e americana escreveu um livro: American Dirt, uma novela sobre as desventuras de uma mãe mexicana e seu filho tentando passar pela fronteira dos Estados Unidos. Cairam de pau em cima dela. A turma do lugar da fala, representada aqui por mexicanos argumenta que ela não tem representatividade para falar dos dramas vividos por mexicanos tentando cruzar a fronteira americana. A editora acaba de cancelar uma viagem da escritora pelos States  para fazer publicidade do livro temendo violência contra ela.

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Época  publicou uma reportagem - Patrulha 2.0 - na sua edição de 13.01.20 em que aborda a cultura do cancelamento, da interdição - cancel culture, call-out culture, política woke - que come solta  na esquerda universitária e nas redes sociais alinhadas em torno de causas  como o racismo, discriminação contra minorias, a desigualdade de gêneros. No mundo virtual, cancelamento;  nas relações pessoais, constrangimento que pode ser  físico, como as tentativas de impedir palestras de professores em campi, e mesmo a sua proibição, aí contando com a tolerância da direção da instituição. Tempos estranhos em que a censura  não vem mais da direção das escolas mas dos próprios alunos. Há uma idéia que toma conta do ambiente universitário de que este deve ser um espaço seguro. A partir dai começam os exageros: idéias ou palavras incorretas são consideradas ameaças à segurança dos estudantes, particularmente  aos que pertencem às minorias.


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A intolerância nos campi americanos é dissecada no livro de Heather Mac Donald: Diversity Delusion: How Race and Gender Pandering Corrupt the University and Undermine Our Culture que leio - faz um tempão - em e-book e não consigo terminar. É uma política belicista que procura bagunçar  palestras de quem não é alinhado às causas defendidas por esse pessoal, que afasta professores eméritos com 40 anos de ensino da universidade em conluio com a pusilanimidade dos diretores dos Institutos.  Um dos mais recentes conceitos criados por essa turma é o de microagressão racial que serve para denunciar o racismo que de outra maneira seria invisível a olho nú. É a cultura que o direito americano chama de eggshell plaintiffs, coisa de gente que se ofende com qualquer colisão com a vida.

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Voltando à reportagem de Época, baseada no livro The coddling of the American Mind (Jonathan Haidt&Greg Lukianoff))  essa hipersensibilidade e exagero censório está associada à chegada na universidade da geração Z ou iGen (os filhos da minha geração), nascidos a partir de 1995 criados em lares superprotetores, vivem com o celular à mão e com uma visão bem pouco matizada do mundo.

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Fico impressionado com a incompetência dos meus. Além de terem educado mal seus filhos, ainda lhes darão um mundo pior do que receberam.

domingo, 26 de janeiro de 2020

Star wars.

 
Folha 

Essa figura de máscara não lembra um pouco alguns frequentadores daquele buteco - verdadeira Arca de Noé intergalática- onde Hans Solo e Luke Skywalker se encontraram  do primeiro filme exibido da série? 
Pois é a China do coronavirus.  Cada vez mais o mundo assusta. Incêndios devastadores na Australia e na Califórnia, recordes de temperatura anuais acumulando-se a cada ano, bolsonarismo no Brasil, um charlatão na presidência dos Estados Unidos. Sei lá se é o acesso fácil à notícia, mas começo a me preocupar.
Interessante o artigo de Marcelo Leite na Folha de hoje sobre o coronavirus e as peculiaridades de China ao combatê-lo