Do "velho" Francis

Lia muito suas colunas. Seu estilo provocativo não deixou herdeiros. O Pondé eventualmente a ele me remete quando dispara algumas diatribes contra a nomenklatura dos bem pensantes que dão as cartas no atual cenário da cultura.

Li no final de semana essa frase a ele atribuída. Não a conhecia, mas fiz logo a associação -  fácil -  com o  impasse brutal em que vivemos tanto política, quanto econômica  e culturalmente. 

O Brasil pode até ter acabado e ainda não nos damos conta disso. 

Pois é... Não sei se chegamos ao estado terminal mas que estamos escorrendo pelo ralo, não tenho a menor dúvida. 

 

Plêiade de craques

Whindersson Nunes  - li/ouvi por aí que tem em torno de 60 milhões de seguidores! - , Linn da Quebrada, Jade Picon, Pedro Scooby, Juliette... pontificam nas redes e em jornalões - críticos delas -  como a Folha.

São personagens deletérios, a maioria projetando-se a partir de programas de TV como o BBB, ainda mais deletérios? Podem até ser... mas a quem sucedem nos espaços generosos ocupados - pelo menos! - na grande mídia até recentemente: Michel Temer, Dilma Roussef, Luis Inácio Lula da Silva, Eduardo Cunha, Sérgio Cabral.  Hoje competem com Jair Bolsonaro&family,  Roberto Jefferson e por aí vai... O que você diria dessa outra turma?

Sei não, mas estamos evoluindo. Você pode até não gostar das atuais estrelas midiáticas e das redes,  mas certamente os danos que causam ao país é bem menor do que aqueles infringidos pela turma que os precedeu.

Beleza roubada

 Acabo de ler na Folha de hoje que o Chico Buarque - progressista de carteirinha - vai parar de cantar Com açúcar e com afeto em homenagem às feministas. Ele afirma que Nara Leão - para quem ele fez a letra - faria o mesmo. Tenho minhas sérias dúvidas. Nara era uma mulher arejada. Duvido muito que ela  abraçasse a intolerância dos grupos identitários atuais. 

A letra - está na matéria -  é uma beleza. Retrata a condição humana - só isso! - de uma dona de casa típica daqueles anos  que sofre com um  marido que gostava mais da rua do que da sua companhia. 

A questão é onde iremos parar. Logo, logo vão começar a retirar livros de circulação, a boicotar  peças teatrais.... Interdições que se partem do campo progressista não são tachadas como censura. Entretanto se partirem de um grupo conservador.... 

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O mais incrível é que a maior parte dos patrulheiros velhinhos ou que se submetem à patrulha, fazia parte do grupo que mais berrava contra a censura em tempos pretéritos. Chico é um bom exemplo.

Você faz 'network'?

 Never.

Não sou deste mundo.

Não protagonizo,

tampouco figuro.

Vivo à margem.

Arredio,

bicho do mato,

costeio o alambrado.

Oxalá!