terça-feira, 24 de outubro de 2017

...e quando você pensa que já viu tudo.(I)

...eis que você é contemplado com um uma cena em que o acusado peita  o juiz.
(aconteceu ontem na audiência de Sérgio Cabral com o juiz Marcelo Bretas)
... lê que juiz do STF bateu boca nas redes sociais com blogueiros.
(aconteceu com o juiz recém-empossado Alexandre de Moraes).

domingo, 22 de outubro de 2017

Uma gota de sensatez no conturbado mar de insanidade do nosso tempo...

...foram as palavras de um psicólogo clínico, Dr. Bayard Galvão, entrevistado pela CBN, às 5:45h da manhã de hoje. A entrevistadora, tadinha..., confrontada com o questionamento de tantas frases feitas e comportamentos consagrados, dados como certezas consumadas pelos nossos mudernos, ficou atordoada. No final,  agradeceu a aula de vida que recebeu. Uma pena que a sensatez nesse mundo que trocou o essencial pelo acessório, tenha sua hora de gala nas madrugadas de domingo.
O papo era uma crítica à sociedade de alta performance em que estamos inseridos. Guardei alguns comentários  feitos a rules of thumb do caldo de cultura em que estamos imersos; duas em especial:

- Realize seus sonhos!

É papo de vendedor. Na real, você deve questionar os seus sonhos. Fazê-los caber dentro do seus talento.
Com muita sabedoria discorre sobre nossa precariedade como seres humanos.

- Não se arrependa do que você fez, arrependa-se do que não fez!

No limite é coisa de psicopata. Pode criar uma pessoa egoísta, perversa, que não conhece limites para conseguir o que pretende.

*******
Fiquei feliz de ouvir o que já ouvira muito e,  melhor, - internalizei - no seminário e através do que li  de autores hoje considerados  caretas. Considerem-me um homem datado, não me importo, cresce em mim a convicção de que combati o bom combate e que - desafortunadamente -  perdi. 

A entrevista está em CBN-Entrevista e vale a pena ouvi-la: Por que devemos fugir da sociedade "High Performance".

Eles podem não entender...

...mas no país em que boi voa e apud Tim Maia, que entendia muito o Brasil profundo  - prostituta goza, cafetão se apaixona,  traficante cheira... -   políticos acusados de corrupção, ao invés de se afastarem até que tudo seja apurado - nem mesmo vou considerar a hipótese do harakiri -  buscam se manter no cargo ad aeternum. Fogem prá frente! Dizem que afastar-se seria reconhecer a culpa. Nosso imaginário é mesmo sui generis.
E mais... por que eles iriam se desfazer do foro privilegiado, o passaporte da impunidade, que gentilmente lhes oferecemos quando os elegemos e correr o risco de pegarem cana dura. Claro, iria depender de um milhar de condicionantes que só nós, latino-americanos, africanos e outros despossuídos das virtudes da democracia desse mundo, conhecemos muito bem.





segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Prá dançar, prá rir, pra chorar...


Prá ter Bob Dylan, George Harrison e Tom Petty no backing vocals, tem que sobrar na turma...Só ele mesmo! Canta com a alma.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

...e lá se vão 100 anos de Revolução Russa.

Todas as revoluções tem liberté, egalité, fraternité e outros slogans nobres inscritos em suas bandeiras. Todos os revolucionários são entusiastas, ou até fanáticos; todos são utopistas, com sonhos de criar um novo mundo do qual a injustiça, a corrupção e a apatia do velho mundo sejam banidas para sempre. São intolerantes com a divergência;incapazes de concessões; fascinados por metas grandiosas e distantes; violentos, desconfiados e destrutivos. Os revolucionários são irrealistas e inexperientes em governar; suas instituições e procedimentos são improvisados. Eles tem a inebriante ilusão de personificar a vontade do povo, o que significa supor que o povo seja monolítico. São maniqueístas, dividindo o mundo em dois campos: luz e trevas, a revolução e seus inimigos. Desprezam todas as tradições e a sabedoria herdada, os ícones e as superstições. Acreditam que a sociedade pode ser uma tabula rasa na qual a revolução será escrita.

Está na natureza das revoluções terminar em desilusão e desapontamento. O fanatismo murcha; o entusiasmo se torna forçado. O momento de loucura e euforia passa. A relação entre o povo e os revolucionários se torna complicada: fica evidente que a vontade do povo não é necessariamente monolítica e transparente. As tentações da riqueza e posição retornam, junto com o reconhecimento de  que cada indivíduo não ama seu vizinho como a si mesmo, nem quer amar. Todas as revoluções destroem coisas cuja perda não demora a ser lamentada. O que elas criam é menos do que os revolucionários esperavam, e diferente.

   Sheila Fitzpatrick escreveu isso no Prefácio do seu livro A Revolução Russa, Ed. Todavia, que teve sua 4a edição recentemente publicada.

*********
Incrível como mudamos nossa cabeça. Ainda bem! Sempre cultivei a idéia de que era um revolucionário dos anos 60. Até 20 anos atrás,  discordaria desse texto, ainda encantado com as idéias revolucionárias de 68.  Hoje concordo geral com a historiadora australiana. Pedindo licença aos mudernos, diria que Sheila  lacrou ! 

sábado, 7 de outubro de 2017

Nobel da Corrupção

Nessa época em que são divulgados os vencedores do Premio Nobel, são comuns as lamúrias brasileiras diante da constatação de que ainda não ganhamos nenhum. Sugiram aos suecos que  instituam o Premio Nobel da Corrupção. No ano seguinte uma das causas de infelicidade do país cessaria e teríamos motivo prá festejar. Material humano qualificado nessa excelência do caráter temos prá dar e vender.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Minhas raízes não permitem indiferença...


...com esses dois (Andrea Bocelli e Sarah Brightman) cantando, então!
Emoção, entretanto, não  garante integridade pessoal.  Al Capone chorava ouvindo  Mamma de Beniamino Gigli. Nada que o impedisse de - usando a canção como trilha sonora - arrebentar  a cabeça com um taco de basebol daqueles que o traiam na famiglia. Cara sensível o Al Capone!  (a cena está em Os Intocáveis de Brian de Palma)








Il Poverello

São Francisco

Meu caro Xico,  xará e xodó, hoje é teu dia.
 Faltou pouco, mas pouco mesmo para incorporar essa estampa: batina, barba, tonsura e os votos de pobreza, obediência e castidade.
O convento foi o tempo de convívio com as melhores pessoas. Havia a rebarba também, mas em nenhuma outra época da vida, convivi com tantos bons exemplos. Assim forjei meu caráter.
Saudades.