sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Enfim, uma pátria para a corrupção...

Todos os países tem os seus corruptos, mas no Brasil, os corruptos tem o seu país.
(Aldir Blanc, O Globo, 24.09.2017)

Confirma uma constatação de qualquer pessoa antenada com o mundo, de que há corruptos em qualquer lugar, mas se por  esse mundo de Deus - ou seria sem? -  a proporção é, sei lá, de um, cinco, dez... em cem, aqui, certamente, é de pelo menos 10%. Há corruptos em demasia por essas terras. Somos top nesse quesito de (falta de) caráter, que sequer é um dos sete vícios capitais. Aliás,  devemos pontuar bem seguramente em todos eles. 
...e colocando mais lenha na fogueira...
Boa parte dos que ainda não se corromperam, não o fizeram porque  lhes faltou uma oportunidade, não por opção moral. 

domingo, 24 de setembro de 2017

O Rio é um desastre autoinfligido.

É o que diz Gustavo Franco na  sua coluna de hoje - Mau Exemplo - de O Globo. Complemento com a bíblica: Quem semeia ventos, colhe tempestades. (Prov. 22,8). Está mais do que na hora, precisamos deixar cair a ficha.
Chegamos onde chegamos não por culpa dos outros, bordão muito repetido por aqui, mas pelos vícios imensos que permeiam a cultura dessa cidade: permissiva, complacente com a infração, avessa à ordem - carioca não gosta de sinal vermelho, diz a canção da conterrânea Adriana Calcagnotto. Ou assumimos que para viver em sociedade teremos que pactuar restrições para que nosso dia-a-dia tenha um mínimo de organização ou será o faroeste/guerra civil que o Rio vive hoje.
Outra idéia, que rende muito aqui, porque nos vende como caras do bem, generosos, acolhedores, mas que não é factível na prática é a de que tem prá todos,  de que sempre tem lugar prá mais um! O ciclo é sempre promissor inicialmente - fase Robin Hood - mas se encerra com choro e muita dor - a fase atual do Rio. A oferta nunca supre a demanda, acho que foi Marx quem escreveu a respeito. Temos que deixar de ser preguiçosos mentais, assumir a  premissa - dolorosa - da escassez de recursos, por a massa cinzenta prá funcionar e  pactuar  prioridades de maneira a se respeitar aquela máxima atribuída a Marx - sempre ele! : De cada qual segundo a sua capacidade, a cada qual segundo suas necessidades. 

sábado, 23 de setembro de 2017

Fim dos tempos.

Tempos de decomposição,
de ares pútridos,
de cadáveres insepultos,
de cisnes negros e aves de rapina.
Tempos dissimulados,
de mentiras desabridas,
de safadeza,
de virtudes fingidas,
e almas perdidas.
Tempos de danação,
de canalhas ousados,
predadores vorazes
e torpezas sem fim.
Tempos hedonistas,
de avidez consumista,
em que contam as aparências
e reina a desfaçatez.
Tempos vulgares,
tingidos de indecência.
Oh tempora!

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Patitos


 Eles são o máximo!

(os mudernos diriam : fofos!)


Encontrei entre  emails  do passado,   com direito a frase de auto-ajuda atribuída a Horácio (um dos grandes poetas  romanos que viveu na época de Augusto no auge do Império. (65 a.C./8 a.C.)):

"A adversidade desperta em nós capacidades que, em circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas."

terça-feira, 19 de setembro de 2017

A queda da Basti.... ops... de Brasília.

Incrível a nossa apatia, frente a tudo o que acontece no país. As organizações criminosas - ORCRIM agora é palavra da moda! - operam a céu aberto, desabridamente,  nos gabinetes dos governos e fora deles, e o populacho assiste a tudo indiferente, anestesiado. São quadrilhas de largo espectro - da esquerda à direita: PT nacional chefiada pelo Lula (ex-presidente da República), PMDB da Câmara chefiada por Michel Temer (atual Presidente da República), PMDB do Senado, PMDB carioca chefiada pelo notório Sérgio Cabral,  PSDB paulista, PSDB mineiro, PT mineiro só para citar as notáveis. Presidentes da República e candidatos a... fazem parte de todas...e na chefia!
Qual a centelha que nos falta para fazer com que os prédios dos Três Poderes em Brasília - quadrilheiros incluidos! -  tivessem o mesmo destino que a ira do povão parisiense destinou para a Bastilha naquele 14 de julho de 1792. Bastilha...Brasília ...tudo muito parecido!

*****

Lembro que um dos 12 trabalhos de Hércules foi limpar as estrebarias do Rei Áugias. Será que ele conseguiria limpar as estrebarias dos órgãos do governo e seus parasitas (empresários, funcionários de alto escalão, para citar alguns....) Tamanha sujeira imagino, seria trabalho demais para um herói demodé como Hércules;  tarefa mais talhada para os heróis modernos da Marvel.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Banksi nelas...

...as minorias ativas e barulhentas, fundamentalistas,  que nos torram o saco!
(feministas, afrodescendentes, veganos, LBGT's, politicamente corretos de todas as tribos, trans de qualquer gênero...)

Banksi

domingo, 10 de setembro de 2017

A vida é dureza!

Concordo com quase tudo que  J.P. Coutinho escreveu para sua coluna semanal da Folha: Minha experiência....  especialmente quando ele se define  como um merda e um homem decente, infeliz e moderadamente feliz, um destroço e um caso de resiliência. Passo por esses sentimentos muitas vezes em um único dia. Vivo no fio da navalha, numa gangorra eterna. Céu de brigadeiro e  mar de almirante é pros outros, eu vivo eternamente no olho do furacão.

P.S. - Um pouco como ele mas a meu jeito, sou cético em relação a sessões de análise. Temos que nos resolver por nosotros.
Y que vengán los toros!

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Um país que escorre pelo ralo - ou seria a espiral para o abismo?

Os jornais da noite na TV tiveram que estender suas edições tantas eram as barbaridades do dia.
Cedinho, começou com a PF batendo na residência dos gatunos dos Jogos Olímpicos. Imagino a indignação dos grã-finos do Jardim Pernambuco - ali só tem gente fina! -  vendo os carros da PF adentrando pelo seu terreiro para recolher o  engomadinho do Nuzman.  
Ao meio-dia eram as malas e caixas de dinheiro -R$ 51 milhões!- descobertos em um apartamento destinado só prá eles em Salvador. Traquinagens do Geddel, aquele que o ACM (Toninho Malvadeza) dizia não valer nada -  e olha que o ACM entendia do assunto!
No fim da tarde eram as gravações dos irmãos Batista - os vilões da hora - mostrando as entranhas do país. Fantásticos todos esses audios; revelam do que somos feitos. 
À noite, a flechada do Janot contra o PT. Dois ex-presidentes, três ex-ministros incriminados. E eles naquela fé dos eleitos, continuam negando tudo.
Diante de tanta insanidade concluo com o parágrafo de Carlos Mello, cientista político do Insper no seu blog da UOL (06.09) : 

Parece ficção, mas não é. É a realidade concreta, difícil de compreender e impossível de ligar todas as pontas. A confusão só aumenta. O fato mais nítido, no entanto, é que o processo destrutivo da autoestima nacional é devastador: não há heróis que possam ser insuspeitos; sistema político e até órgãos de controle são abraçados por séculos de tradição patrimonialista e clientelista. É incrível que tudo venha a estourar nesta quadra de tempo em que vivemos; somos testemunhas de uma história de decomposição.