domingo, 27 de setembro de 2015

Na mosca...

as opiniões de Demétrio Magnoli  em seu artigo Cavaleiros do Impeachment na  Folha de 26.09 sobre:

Dilma Roussef:
Uma nota ao pé da página no livro da história, destinada a ilustrar a simbiose teratológica do anacronismo ideológico com a incompetência e a arrogância.

Lulopetismo:
...tem raizes profundas, fincadas no solo do patrimonialismo, do corporativismo e de um neonacionalismo de araque, salpicado de autoritarismo típico da esquerda latino-americana.

Pink (pais) and White (filhos) Flamingos

National Geographic

terça-feira, 22 de setembro de 2015

A barbárie por um fio

Agência O Globo.

Preconizei faz tempo para meus pares de classe média - horrorizados! - que um dia o morro desceria para o asfalto e seríamos  todos jogados ao mar. As cenas de saques a estabelecimentos comerciais e assaltos na orla da Zona Sul  feitos por grupos de adolescentes no final de semana parecem sugerir que a profecia pode se realizar e que uma tragédia nos espreita a se julgar pela reação desses marombeiros contra um ônibus que voltava para a Zona Norte no domingo e o que anda rolando nas chamadas  redes (anti)sociais.
Seria o shortcut para a barbárie, que já se anuncia faz tempo nessa cidade profundamente dividida apesar da turma do  frufru  considerar isso um problema menor. Coisa de gente que torce contra....é seu argumento predileto

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Um país opaco

Países morrem, mas os valores de uma sociedade vivem nos seus membros, e todos nós, como figuras públicas ou não, estamos perdidos nos nossos papéis. Somos todos coniventes com o ambíguo, o sombreado, a cautela e com um desprezível respeito pela democracia que não vive sem sinceridade (hoje apelidada de “transparência”), como dizem todos os seus teóricos a partir dos federalistas e de Tocqueville.

Essa frase do artigo do Roberto da Matta para o Globo de 16.09.2015 - De Mago a Bruxo - ( tá falando do Lula!) motivou-me a escrever sobre algo de corriqueiro que há muito observo presente  nas relações interpessoais dos grupos que convivo: a opacidade das pessoas. Falta transparência na maior parte das relações das quais somos atores. Mente-se e trapaceia-se a torto e a direito. Num ambiente mefítico desses quem vai confiar em quem? E sem confiança no interlocutor  não se constroem relações pessoais, por extensão uma sociedade, tampouco uma democracia  como queriam os federalistas americanos e Tocqueville. Vive-se,  pisando em ovos, ou caminhando sobre um campo minado. Ninguém confia em ninguém porque afinal ninguém é confiável. Daí que temos que reconhecer firma da nossa assinatura, o comprovante de residência deve ser aquele do mês anterior e por aí vai. É como se todo mundo fosse trapaceiro. Diga-se de passagem que a maioria é mesmo... O preço? Vivemos imersos em teias sufocantes de leis, convictos de que elam impõem limites à trapaça, quando devemos trabalhar para acabar com o espírito de porco (nada contra eles!) que nos domina. Com isso damos asas à burocracia e os burocratas que se justificam como anteparos necessários à corrupção. É um belo sofisma.
Em que buraco fomos nos meter!

Elas estão por toda a parte!


A vida muitas vezes oprime, mas a beleza liberta.
Que viva a primavera!































Fotos feitas com celular durante as caminhadas matinais nas visitas à minha mãe.

Trigonometria Amorosa

Um Quociente apaixonou-se
Um dia
Doidamente
Por uma Incógnita.

Olhou-a com seu olhar inumerável 
E viu-a, do Ápice à Base...
Uma Figura Ímpar;
Olhos rombóides, boca trapezóide,
Corpo ortogonal, seios esferóides.

Fez da sua
Uma vida
Paralela à dela.
Até que se encontraram
No Infinito.

"Quem és tu?" indagou ele
Com ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode chamar-me Hipotenusa."

E falando descobriram que eram
O que, em aritmética, corresponde 
A alma irmãs
Primos-entre-si.

E assim se amaram
Ao quadrado da velocidade da luz
Numa sexta potenciação
Traçando
Ao sabor do momento
E da paixão
Retas, curvas, círculos e linhas sinusoidais. 

Escandalizaram os ortodoxos
das fórmulas euclidianas
E os exegetas do Universo Finito.

Romperam convenções newtonianas
e pitagóricas.
E, enfim, resolveram casar-se.
Constituir um lar.
Mais que um lar, 
Uma Perpendicular.

Convidaram para padrinhos
O Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e
diagramas para o futuro
Sonhando com uma felicidade
Integral
E diferencial.

E casaram-se e tiveram 
uma secante e três cones
Muito engraçadinhos.
E foram felizes
Até aquele dia
Em que tudo, afinal,
se torna monotonia.

Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum...
Frequentador de Círculos Concêntricos 
Viciosos.
Ofereceu, a ela,
Uma Grandeza Absoluta,
E reduziu-a a um Denominador Comum.

Ele, Quociente, percebeu
Que com ela não formava mais Um Todo,
Uma Unidade.
Era o Triângulo,
chamado amoroso. 
E desse problema, ela era a fracção
Mais ordinária.

Mas foi então que Einstein descobriu a
Relatividade.
E tudo que era espúrio passou a ser
Moralidade.
Como aliás, em qualquer
Sociedade.
 (Recebi de um amigo  por email)

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Maldita esperança!

Na tragédia, é tudo mais tranquilo. É reconfortante a tragédia, porque não existe esperança – a maldita esperança.

Antígona - Jean Anouilh
in: Gregório Duvivier, Luisa - Folha, 07.07.2015

Epitáfio

Passos solitários
batem duro  no piso negro do asfalto.
Cortam espaços,
invadem silêncios
na cinza manhã de inverno.
Levam-me a lugar algum.
Para o Nada.
Para Ninguém.
Para além das  paixões,
onde não há  dor,
tampouco amor.
Para a paz dos cemitérios.



domingo, 6 de setembro de 2015

Do voo da galinha...

Por décadas, este foi o país das décadas perdidas. Estamos perdendo mais uma.
Sergio Malbergier, UOL, 03.09.2015

De filmes de terror.

Não admira que hoje o Brasil seja comparado a um filme de terror sem fim. Mas há muita coisa boa emergindo.
Financial Times - Editorial - Recessão e Propina: a crescente podridão do país.
Folha, 23.07.2015

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Reforma parece um filme de terror, você paga para entrar e reza para sair.
Mariliz Pereira Jorge - UOL -03.09.2015

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Pior mesmo é que vivo as duas experiências simultaneamente.