terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Quarenta anos a serviço da causa.

A sensação maior é de que você não acredita que tanto tempo haja se passado.
Parece que foi ontem que embarquei às 12:30h naquele jato da Transbrasil - primeira vez! - em um  voo com muitas escalas de Porto Alegre para Aracaju. Jorge Alberto, querido amigo,  era meu companheiro de viagem, que ocorreu em 23. Hoje, 24, apresentei-me e assinei o contrato. De lá até aqui, são 14600 dias.
O resto é história - aliás - são muitas histórias, onde a grandeza e a pequenez que caracterizam nossa condição humana   mesclaram-se ao sabor das demandas da cada dia. 
Posso dizer que sobrevivi.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

O Facebook é o buraco negro da Internet.

Lembrei dessa frase que li por aí a propósito de ter acessado o aplicativo depois de muito tempo. Os amigos de Facebook compõem um caleidoscópio animado; parecem-se  com aquela coleção de espécimes abrigada na Arca de Noé. Tem bicho prá todos os gostos, desde gente de Itaboraí e suas mensagens evangélicas chatas, comparáveis aos mantras ideológicos dos amigos esquerdistas, todos colegas de trabalho. Tem guitarrista dando show em  barzinho da Lapa, poemetos underground, desbundadas da década de 60/70,  e até agente de jogador de futebol. Não poderiam faltar os selfies da turma olha eu aqui que são um porre mas servem para avaliar a ruína que o passar do tempo provocou em alguns colegas de turma e como preservou outros. Sem esquecer meu time -  o clube dos corações solitários - com os posts de calda mais grossa e que  tomam mais  teu tempo.
Com amigos como esses, não morreria  de tédio. Aliás,  nem é problema prá mim. Pena - ou seria sorte? - que eu não morra de amores pelo tal de Facebook.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Vive la France! (2)

Foi só com a corajosa centena de francesas dar a cara prá bater naquele manifesto, para que aparecessem muitos machos brasileiros falando grosso contra os excessos do feminismo. É  a primeira manifestação forte a respeito, pois até agora todos estavam na moita, com o rabo entre as pernas apanhando calados. Lembro que naquele episódio do José Mayer, li artigos  onde faltaram apenas as desculpas dos autores para o fato de terem nascido machos. Vergonha!

Que bela companhia!

Dos três - Pascal, Schopenhauer e Freud - li apenas o Mal-estar da Humanidade do último, mas a julgar pelo texto da Folha de hoje - O mal-estar que nos habita - faço parte, um salto quântico abaixo, daquele seleto grupo e da sua particular visada para o mundo. Pascal é a maior surpresa. Preciso ler mais esse cara, pois ele oferece a janela da fé, ausente nos outros dois.
As frases  que  me identificam no  Quem Sou Eu, com o texto bem aí ao lado, refletem basicamente o que está escrito no artigo. Não cansam de decepcionar muitas pessoas, quando não  horrorizar - mulheres em especial. Aos interessados em me conhecer,  indico-o para leitura;  afasta uma legião deles de cara.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Vive la France!

Foi publicado hoje um Manifesto das mulheres Francesas contra a histeria feminista que assola os EUA depois dos casos relatados contra o produtor Harvey Weinstein. Não concordo com tudo o que está lá, entretanto saúdo esse  documento como um anteparo a esse tsunami temperado por muito irracionalismo de uma boa parte das que se autoproclamam feministas. Prá variar foram as próprias mulheres que resolveram encarar, porque os machos, que Deus tenha pena deles.
Corajosas essas mulheres! Navegam contra a corrente. A briga promete pois o manifesto bate de frente com o que pensa o crème de la crème da vanguarda e dos auto-proclamados setores progressistas que não costumam deixar barato na resposta. Basta ver o que aconteceu com as polêmicas entre Fernanda Torres e feministas, entre a Rita Lobo e os veganos, o episódio William Waack e a turma da negritude  aqui no Brasil.
Tô contigo e não abro, Catherine Deneuve, um dos rostos mais impactantes e belos que conheci. 

Canalha a menos x Gênio do mal.

Qual dos tipos melhor me define?
Domingo, depois de muito tempo, ouvi de um colega a primeira versão.  Já o segunda - estranha coincidência - deparei-me com ela um dia após, procurando uma velha informação na caixa de  e-mails antigos. Era o título de um deles, cujo  texto redigido em forma de versos fora publicado, anos atrás,  em um blog - sim, sou uma vítima da Internet! -  para me atingir. Distilam alguma coisa que fica muito próxima do ódio. Entre mentiras e o delírio de uma mente transtornada, é possível garimpar algumas verdades. 
  • Sou um, sou outro.
  • Nenhum, nem outro.
  • Um pouco de cada um.
Fico com a última opção. Somos fundamentalmente ambíguos, fruto desse desencontro provocado pela evolução que nos equipou com um software que vive às turras com o hardware que nem sempre lhe obedece. O resultado é um ser disfuncional, vivendo um mal-estar quase que contínuo;  perambulando entre o anjo e demônio, o cisne branco e o cisne negro, o lado A e o lado B,  o ying e o yang, o ego e  id. Desconhecemos o escorpião ou a víbora que se esconde debaixo da pedra.
...e pensar que tá cheiro de gente por aí, dizendo que é feliz.

domingo, 7 de janeiro de 2018

Em uma imagem, o país (II)


Em primeiro plano um morador de rua na sua habitação junto ao canal do Mangue - são 15 mil na cidade segundo o Globo. Em segundo plano, a Passarela do Samba, palco da maior festa do Rio de Janeiro em um mês. Tudo junto e misturado. Nós adoramos!
(Foto de Marcos de Paula - O Globo (07.01.2018))

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

No mais é fru-fru e auto-engano.

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 O mundo é hostil e predatório. Sempre foi e sempre será.
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J.P. Coutinho - Feminismo de hoje é tão reacionário quanto machismo neanderthal - Folha, 02.02.2018

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Em uma imagem, o país.



Lucas Landau - 1º.jan.2017/ReutersMenino assiste a queima de fogos dentro do mar na praia de Copacabana, no RioMenino assiste a queima de fogos dentro do mar na praia de Copacabana, no Rio

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Não é de hoje...

...nosso desapreço pelo bem público. Mesmo assim, nossa esquerda - impávida -  não desiste da ideia de fazer do Estado a mola propulsora da economia. Nos derradeiros anos de seu governo de 12 anos a aplicação das suas teses heterodoxas na economia - a Nova Matriz Econômica - nos jogou na maior recessão  da história. Graças a ela jogamos no ralo uma década. Desistir, entretanto,  jamais. Querem continuar com a experiência até que dê certo.
Lilia Schwarcz e Heloisa M. Starling em Brasil: Uma Biografia (Cia das Letras), assim descrevem as condições do país e do   brasileiro nos  primeiros anos da década de 40 em plena ditadura varguista:

  • Mas era preciso reconhecer, como parte dessa inexorável condição do brasileiro, alguns outros itens não tão positivos: a miséria do mundo rural, a falta de dinheiro  da maioria da população urbana e o impressionante descompromisso com  a ideia de bem público.
Quer dizer... vem de longe essa péssimo hábito de considerarmos o que é do estado  como sendo de ninguém, ao invés de pertencer a todos. E a turma não desiste em fazê-lo a mola mestra da economia. Ou mudamos imaginário, usos e costumes do brasileiro, ou continuaremos nossos vôos de galinha!

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Catchiguria

Competência, talento e  carisma são passaporte garantido para uma vida profissional de sucesso.  Com esses atributos, há muitos exemplares por aí. Cotadíssimos. Entretanto um profissional completo,  de catchiguria, precisa também de integridade. Por aqui dá-se pouco valor a ela, em razão da baixa exigência por valores éticos. Somos uma sociedade permissiva e leniente com mal-feitos. Profissional que não é íntegro, prá mim, não passa de um pato manco.

(Parafraseando Gustavo Franco que escreveu ontem que eleição é sobre competência, talento e simpatia, mas também sobre integridade - em Ancelmo Gois - Globo, 31.12.2017)

O cachorro mordendo o próprio rabo!

Fui obrigado a ir ao supermercado ontem à tarde - e pior! - encarar a muvuca do Mundial, pois as cebolinhas que precisava  para o meu almoço só as encontrei por lá. Pensei em me safar usando a fila dos velhinhos, que de fato estava pequena, mas fiz uma péssima escolha. Na minha frente duas negonas, provavelmente moradoras da Ladeira do Tabajaras, mimetizavam a tragédia do Brasil. Com elas estava uma criança de uns 3 anos,  provavelmente trazida  pelas duas espertas  para fugirem das filas normais que eram enormes. Compraram no máximo 15 itens, mas  ao passarem  pelo caixa aprontaram. Ficaram por lá pelo menos 10 minutos. Uma das compras não estava etiquetada com o preço. Só depois de uma longa discussão com a caixa, é que uma delas decidiu-se ir às  prateleiras para substituí-la. Operação que tomou pelo menos 5 minutos.
A reclamação das pessoas da fila era geral, mas a parceira que ficou no caixa com a criança, justificava a atitude com indiferença e empáfia dizendo que estavam  no direito delas (sic) enquanto  conversava com a caixa que não estava nem aí para a situação. Era-lhe conveniente pois estava dando uma pausa para o trabalho.
Registrado o último item, a operação de pagamento tomou outros dois minutos pois  não havia troco no caixa. Irritadas, as pessoas da fila se continham visivelmente. Ninguém queria estragar o último dia do ano. 
Mais do que o stress ficou o desânimo de constatar que a turma do andar debaixo, reproduz o comportamento boçal da turma do andar superior. 
Alguma chance de darmos certo como sociedade? Não. Pelo menos a curto prazo.

PS - Espero não ser processado judicialmente por  racismo pelo fato de ter usado  negonas,  um termo que se usa comumente na linguagem coloquial para designar pessoas da cor negra de porte avantajado.