A indignação do tamanho da hipocrisia.

Impressiona o grau de indignação que uns e outros - em particular o turma da área jurídica - apresenta com as conversas entre procuradores e deles com o então juiz Moro obtidas, sei lá de que maneira,  pelo site Intercept.

Pergunte a qualquer advogado que frequenta a alta-roda jurídica, a respeito  das relações entre promotores, advogados e juízes. Beiram a promiscuidade. Se correto ou não... é outra história. Então por que tamanha indignação? Além do interesse político em explorar o fato por parte dos acusados e seus advogados,  existem carradas de  hipocrisia. Abram o Whatsapp, Telegram, sei lá... de uma figura como o Gilmar Mendes, por exemplo. A República certamente viria abaixo. Aliás, não é preciso ir muito longe...abram esses aplicativos com as conversas entre nós e dentro dos grupos que participamos. Tenho certeza que muitos desses fake-indignados,   pregadores da ética e da moral poriam o rabo entre as pernas e sairiam de fininho.

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Outra indignação hipócrita diz respeito à reação apresentada por muita gente boa  à confissão do ex-Procurador Geral da República, Rodrigo Janot que afirma ter entrado armado no tribunal para assassinar o ministro Gilmar Mendes. A atitude  é deplorável ainda mais vindo de um Ex-Procurador Geral da República mas devo admitir que Janot reagiu humana, embora não corretamente, às provocações do Gilmar e seus áulicos na imprensa. Colocaram a família no meio e a partir daí o céu é o limite ainda mais em um país com um imaginário onde a questão de sangue é uma questão de honra.

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... e saber que a maior parte desses atores viveu 68. E naquele tempo como se bradava contra a hipocrisia dos mais velhos e da sociedade. O bardo Melchior já havia cantado a pedra, na década de 70:

Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais.

O problema não são as armas, a Internet, a tecnologia, o telefone celular

...é o uso que fazemos delas.

Há poucos dias vi uma polêmica criada com o 02 do Presidente em função de uma foto que ele postou fazendo o gesto da arminha, diante do monumento da Não-Violência: uma  escultura do artista Carl Fredik Reutersward em frente ao edifício das Nações Unidas em NY. O assunto rendeu nas redes e no meio da polêmica há uma declaração sua com a qual concordo de que  ao invés de o artista ter esculpido um revólver deveria ter esculpido mãos manchadas de sangue. Ele não deixa de ter razão. Armas não matam; quem o faz é o ser humano. A Internet não destrói reputações, a tecnologia não degrada o meio ambiente, o telefone celular não aliena as pessoas. São os humanos que graças a razão e liberdade com que foram distinguidos, as utilizam  para se autodestruirem. Vai entender!

 

O Brasil do jeito que ele é.

O indiciamento da Polícia Federal de funcionários da Vale e TUVSUD pela tragédia de Brumadinho é uma amostra do que ocorre amiúde com  processos de certificação de segurança, emitidos nesse país. Na verdade ocorre em qualquer atividade  que envolva entes jurídicos públicos e/ou privados; também entre pessoas físicas. Há sempre um esqueminha, uma mutreta, um por fora, um eu finjo que você ... e você finge que...
Do alto dos meus quase 68 anos já me rendi ao : - Aqui é assim! Para o bem e para o mal. Só aqui, boi voa...e Deus vive escrevendo por linhas tortas

Quanto a Brumadinho, os mal-feitos só vieram à tona em função da tragédia. Foi preciso que morressem mais de  200 pessoas para que a ficha caísse. Já houvera Mariana, mas como lá os mortos foram poucos, a bandalheira poderia continuar. A turma do andar de cima - os entes jurídico, legislativo, executivo e a turma do dinheiro grosso -  sempre acabam se entendendo. Não é assim que a banda toca desde 1500?

O delito constatado para essa tragédia foi a falsificação de documentos para atestar a segurança da barragem.  Há outros gatilhos como os de  Brumadinho e Mariana armados por aí em função de processos viciados como os descobertos pela PF. Não estancaremos a sangria enquanto não punirmos a turma do andar de cima que graças às peculiaridades do nosso estado de direito sempre encontra uma rota para fugir da punição. Os mais fracos - como é de praxe - pagarão a conta.

Vipassana

Mantenha sempre a equanimidade, com a compreensão da lei da impermanência.

Anicca, Anicca, Anicca !

A vida como ela é.

Ontem à noite,  a confissão de pessoa muito próxima, de um affaire que teve anos atrás com uma colega de trabalho e que causou na empresa em que ambos trabalhavam - um ao lado do outro! - me deixou pasmo. As consequências foram funestas para o parzinho de amantes. Ele era casado e amargou séria crise conjugal depois de ter contado tudo para a esposa; ela precisou ser transferida de setor. Conheço bem o triângulo e fiquei chocado com  detalhes da história, pródigos em mostrar como subjacente à persona que exibimos em nossas relações sociais, existe um vasto e constrangedor universo.

• A outra, tida por todos como uma pessoa pacata - quem diria! -  gostava de chicote, algemas e era insaciável na cama.

• Alguns dos colegas de trabalho do  nosso conquistador - um cara todo certinho -  ao saberem do envolvimento cumprimentaram-no e até diziam que agora sim ele havia conquistado seu respeito; podiam considerá-lo um homem. Vão ser machistas assim no inferno!

• O chefe de ambos - um tipico caxias ! - depois que o bafafá estourou,  pediu ao nosso Don Juan, detalhes da anatomia do corpo da moça que ao sentir que iria dançar na relação,  deu uma de Glenn Close em Atração Fatal. Faltou pouco para o ambiente não virar um barraco só.

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Poderia ser um conto  da Vida como ela é do Nelson Rodrigues. Acontecia bem debaixo dos meus olhos com pessoas que eu conhecia bem. Jamais imaginaria que atrás do véu  da normalidade -  ou seria hipocrisia? - que vestia  aquelas pessoas com as quais convivia quase que diariamente, ocultavam-se  machistas casca grossa  e  predadoras sexuais. Profundo conhecedor da natureza humana, num dos seus famosos aforismos, mestre Nelson dizia que de perto ninguém é normal.

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Hoje nosso conquistador - ou  seduzido? - voltou para os braços da esposa e é papai de um filhote adorável. Ela arrumou um novo amor e é mamãe outra vez.
Vida que segue.

Pior para os fatos

Quando eu vejo bolsonaristas - um tipo truculento e tosco -  chamarem o capitão Jajá de Mito, e os lulistas - um tipo  presunçoso e arrogante com um viés mais intelectual - acreditarem na honestidade autoproclamada por  Lula que ainda livre, saiu-se com essa 

Se tem uma coisa que me orgulho é que não tem, nesse país, uma viva alma mais honesta do que eu. Nem dentro da PF, do MP, da igreja e do sindicato. Pode ter igual.                (O Globo - 20.01.2016)

preciso render-me a uma realidade que reluto em aceitar apesar de estudos já terem demonstrado, de que usamos a razão p or motivos muito mais  prosaicos como vencer uma discussão ou nos integrarmos e sermos aceitos por um grupo social do que para pensar em temas que exigem abstração do pensamento.
Só mesmo assim para ter que aturar PhD's negando  fatos e evidências - suponho que foi baseando-se em ambas que construiram sua tese de doutorado -  por narrativas que se ajustem a suas crenças e posições políticas.

Si non è vero, è bene trovato.

...petistas reconhecem que Deus criou o mundo em sete dias; mas foi o PT quem criou Deus.

Opinião de de pessoa muito ligada ao PT, amiga do Rodrigo Almeida que escreveu para o site de notícias Poder360 o artigo O PT ainda não percebeu que o Brasil vai além do "Lula livre"

Por essa e outras é que o Rio bate às portas do Inferno....

O céu do carioca é pagão e inclui o satanismo, a nudez, o contato físico, a comunhão de crenças, cores e sexos.

Escreveu Ruy Castro na sua crônica de hoje na Folha, em que afirma que o prefeito atual é o pior alcaide que governou essa cidade.  Ele cita também Ribeiro Couto - um paulista por ela apaixonado - que a definiu com muita propriedade como:

cidade da graça e do vício

E nós reles moradores, vamos (sobre) vivendo.

E, olha que eu moro na Zona Sul. Imagina o drama para quem vive na Zona Norte e Oeste, nos morros e favelas, à mercê de balas perdidas da guerra polícia x bandidos, bandidos x bandidos, milícia x bandidos....

A morte de um amigo.

Ele era idiossincrático,  por isso  amado ou odiado.
Mimado pela mãe, adorava um barraco.
Sabia contar uma história, fazer rir e também chorar.
...e como ofendia.
Exemplo acabado do façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço.
Racista e  marxista (?), por isso ateu e - exagerado! - anti-clerical.
Corintiano e - vixe! -  brizolista.
Um canalha a mais... assim se definia.
Plinio di Giorgi, descansa em paz.
( se é que você vai conseguir...)

Liiiiiiinda!

 

 Demi Moore em Ghost (1990)

 

    

       

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Só fui ver alguns trechos de  Ghost (1990) agora. O filme me parece sofrível mas a Demi Moore com esse cabelinho a la garçonne faz a gente não querer outra vida.