sexta-feira, 30 de julho de 2021

Parece Europa mas... (II)

 é Cambará do Sul (RS). O vídeo foi feito com um drone por um matogrossense que se mandou pro Sul prá conhecer a tal da neve que é fissura para qualquer brasileiro


domingo, 25 de julho de 2021

Parece Europa mas... (I)

é S. Joaquim, Santa Catarina numa foto do site UOL tirada na semana que passou por ocasião da frente fria que passou pela Região Sul, Sul da Sudeste e Centro-Oeste. Confesso que nunca havia visto araucárias tão brancas assim. As temperaturas mínimas na área chegaram a -8ºC. 

Talvez tenha acontecido algo similar naquela grande nevasca dos anos 60 do século passado. Eu era um pré-adolescente e lembro de ter visto espessuras máximas de neve entre 20 e 30 cm. A paisagem noturna era fantástica. A brancura da neve no solo contrastava vivamente com a escuridão do céu. 

***********

Para a semana atual, uma nova frente fria está sendo esperada e prevê-se -15ºC para o Morro da Igreja que fica próximo a S. Joaquim e é considerado o lugar mais frio do Sul do país. 

E tem gente que ainda acha que mudança climática é papo de ativista ambiental.

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Beber vinho agora é cringe.

Estava me divertindo com  a polêmica entre millenials (geração Y) e os zenials (geração Z) especialmente com a indignação dos primeiros, pelo fato de muitas de suas caracteristicas comportamentais estarem sendo consideradas como vergonhosas - cringe - pelos segundos, até ler o artigo do Christian Dunker a respeito do tema no site UOL.  Entre outras coisas ele lista alguns comportamentos cringe atribuidos pelos Zs  às gerações anteriores; um deles  é o hábito de beber vinho, tomar café... 

Aí sobrou pra mim, um velho baby boomer que aprecia um bom vinho à mesa. Fiz uma pesquisa na Internet para saber do que a garotada gosta e chamou a atenção um artigo que afirma que bebidas adjacentes (?!?!) são as  preferidas  dos Zs e millenials tardios - bebidas alcoólicas e não-alcoólicas, em diferentes formas: versões mais saudáveis, com menos calorias, baixo teor alcoólico, saborizadas, misturadas, com fermentações diferentes, mais leves ou até com teor alcoólico ligeiramente maior, consumidas com moderação e em ocasiões diferentes daquelas do consumo tradicional. Imagino... cervejas e vinhos sem álcool ou com baixos teores... os drinques coloridinhos em copos longos... 

Tô fora! Pouco se me dá, se beber vinho seja considerado vergonhoso pela geração da vez.

terça-feira, 20 de julho de 2021

Mal estar ocidental.

Um artigo de Alex Hochuli - mora no Brasil atualmente -  para a American Affairs está causando. Aborda o cenário de decadência do  mundo desenvolvido ocidental que ficou patente com o tratamento que se deu à pandemia em particular nos Estados Unidos e Inglaterra que em nada ficaram devendo ao desempenho das economias da periferia desse mundo, com merecido destaque para o Brasil.

Há um sentimento generalizado de que as coisas não funcionam como deveriam. Fenômenos que antes só ocorriam ao sul do Equador, tornam-se cada vez mais frequentes por lá: funcionalidades do Estado em baixa, nepotismo, teorias da conspiração, confusão política e déficits da verdade. Tais sinais de decadência marcariam o Fim do Fim da História onde o futuro prometido não é entregue, um sentimento de que as coisas regridem ao invés de progredirem. Seria um passo posterior ao Fim da História, conceito polêmico elaborado ao final do século XX, que havia decretado o triunfo do capitalismo  sobre o comunismo e o consequente fim da polarização Este/Oeste, substituida pela polarização Norte/Sul.

O que constrange embora não surpreenda, é que a atual malaise do mundo desenvolvido foi definida como brasilianização. O Brasil seria o espelho dessa involução, porque definido como o país do futuro que nunca se realiza,  onde a frustração faz parte do quotidiano, em que invariavelmente dá-se dois passos para a frente e outro para trás, e que nos deixa confusos e desorientados, assombrados com o que poderíamos ser. País em que satisfeitos estão apenas as elites financeiras e os políticos venais, em que todos reclamam mas nada fazem para mudar o estado atual das coisas.

O artigo é longo mas vale o tempo despendido para sua leitura.

domingo, 18 de julho de 2021

Todos os gatos são pardos

... no quadro sombrio da política brasileira. Ou quase todos...na melhor das hipóteses. O que não falta são  sinais trocados para confundir a cabeça dos menos informados.

Há poucos dias a CPI da Covid mostrou uma cena emblemática do nosso panorama político/institucional; Renan Calheiros e Flavio Bolsonaro - dois nomes honrados do Senado da Republica - trocando pesadas acusações. Matéria para tanto não falta. Ambos tem um alentado prontuário na Justiça, Renan em especial porque mais rodado. Ambos estão livres, leves e soltos graças às peculiaridades do nosso decantado Estado de Direito, complacente com as chicanas jurídicas mil,  que permitem aos poderosos flanar pelos salões do grand monde da política e do empresariado impunemente. 

Duro mesmo é ver o Renan - relator da CPI -  posando de Catão desta corrupta República, acusando de dedo em riste os desmandos praticados pelo governo do capitão no combate à Covid. Até aí tudo bem mais uma vez, porque eles são um fato. Mas tinha que ser logo ele... - um venusino ou marciano que por aqui aportassem ficariam enlevados com tanto empenho na defesa da integridade da República! -  Não poderia ser alguém mais decente do ponto de vista ético? É para se embrulhar o estômago... 

A bem da verdade, os fatos políticos dos anos recentes tem provocado crescentes e cada vez mais duradouros  desconfortos  estomacais. Haja Omeprazol prá deles nos prevenir. 

segunda-feira, 12 de julho de 2021

Da arraigada arrogância/autossuficiência/autorreferência da esquerda

As manifestações anti-Bolsonaro tem sido marcadas pela presença maciça de bandeiras vermelhas com muita foice e martelo - só fazem afugentar liberais e conservadores! - e secundariamente por  bandeiras amarelas do PSOL. Na manifestação do dia  3 de julho, um grupo do PSDB tentou participar do protesto, mas acabou apanhando, - dizem - que de militantes do PCO, partido da turma do barulho da esquerda,  gigante em manifestações mas que não passa de traço em termos de representação política. Salvo  raras e honrosas exceções - Gleise Hoffmann, quem diria! - não houve manifestação de repúdio de nenhum dos figurões da esquerda - Lula, Haddad, Ciro Gomes... para citar alguns - à violência perpetrada.  Quem cala consente, dizia-se no meu tempo.

**********

Eduardo Leite, uma das melhores promessas do rarefeito quadro atual da política, finalmente saiu do armário e declarou publicamente que é gay. A imprensa - prá variar - deu larga cobertura, e botou o rapaz prá falar. Ele deu as declarações de praxe de apoio à causa das questões de gênero. A esquerda dessa vez não calou. Criticou... afinal política de gênero não é praia para um político fora do seu quadradinho. Basta ler as declarações do inefável Jean Wyllys.

**********

São dois exemplos que mostram o quanto boa parte da nossa esquerda não consegue enxergar prá lá do próprio umbigo. Não constrói pontes, ergue muros. Corre atrás do próprio rabo, num moto continuo que é sua razão de existir. 

sábado, 10 de julho de 2021

De vinhos e mulheres...

 A turma das antigas, caracterizava uma pessoa que gostava dos prazeres da vida como alguém dado ao vinho e às mulheres. Nunca fui mundano, tampouco sensualista entretanto  posso me considerar um bom apreciador de vinhos, beirando o exagero em não poucas vezes. Já com as mulheres....

*******

Um apreciador de vinhos, colocado diante do dilema da escolha entre um bom vinho e uma bela mulher, teria respondido:

- A depender da safra...

(É uma piada recorrente entre apreciadores de vinhos. Por tê-la postado, corro o sério risco de ser acusado de ressentido pelo comentário inicial. Nada a ver , pois ela refere-se ao título. Da acusação de machismo, entretanto, não escaparei. Ela será inevitável no espírito do tempo que vivemos em que intolerantes e ressentidos são o mainstream. A retalhação certamente virá.)

 

terça-feira, 6 de julho de 2021

O primeiro ano do que me resta da vida

E lá se foi um ano de aposentadoria. Parafraseando a tradução brasileira - O primeiro ano do resto de nossas vidas - para St. Elmo's Fire, filme icônico dos anos 80,  este foi o primeiro ano do último capitulo da minha vida. O que dela restou. Quanto durará? Não faço idéia, mas uma estranha premonição sugere que não será longa. Na velhice fazemos um acerto de contas com nossa vida passada. A minha em termos de saúde não é das mais recomendáveis, logo não devo esperar muito. Dai que estou começando a fazer as malas.

Longe de ser entediante como muitos anteviam, - mesmo confinado devido à pandemia -  foi um ano de emoções nunca vividas in house. Não contando com os préstimos da secretária, virei um self-made man das tarefas domésticas, lavando, passando, faxinando, cozinhando... Meter a mão na massa me fez compreender o quanto são demandantes os afazeres domésticos e de experimentar na carne o eterno retorno nietzchiano e o Míto de Sísifo grego. Você limpa e logo está sujo. É um círculo infernal, incompreensível para quem nunca esteve envolvido com a atividade de limpeza. Agora entendo a verdadeira obsessão que as mulheres tem para manter limpa a pia da cozinha.

Se não houve tédio, um sentimento de profunda melancolia brotou especialmente nos últimos meses. Com as portas para o futuro fechando-se, restou estender os olhos para a amplidão do passado. Enquanto lavava o banheiro, fermentava o pão, passava meus lençóis, colocava a roupa branca para quarar na pequena sacada ... voltei meus olhos para os feitos e desfeitos dos meus 69 anos de vida. Sim, houveram alegrias, batalhas vencidas mas não são elas que te marcam. São as derrotas e os fracassos ... as escolhas erradas, o auto-engano sem medida,  os amores que escorreram pelo ralo...

*******

Reviver meu passado, cristalizou minha condição de homem sem qualidades que já havia definido como um dos atributos no meu perfil deste blog

*******

Tanto desencanto, talvez seja reflexo das minhas últimas leituras:

- Diário de um homem supérfluo de Ivan Turguêniev (Editora 34); uma novela dos últimos dias da vida marcada por um amor não-correspondido de um jovem da pequena nobreza russa. 

- Stoner de John Williams (Editora Radio Londres); um romance sobre a trajetória da  vida de  um professor universitário americano entre 1910/1950.

Identifiquei-me com os dois personagens centrais. São trágicos,  terminam seus dias melancolicamente. Você não conclui a leitura de nenhum dos livros sem um travo amargo na boca, ou se mais emotivo, com pelo menos uma lágrima furtiva nos olhos. 

Definitivamente não são livros fofinhos, tampouco para serem lidos por fofos.