Tá explicado...

.....

Se você pudesse escolher, preferiria ter um marido fiel mas que fosse um mau marido -- desses que bebem errado e falam o que não devem, e é, frequentemente, um tédio - ou um marido infiel e ótimo marido? Difícil escolha, e saiba: um ótimo marido se percebe pelo brilho do olho da mulher.

Teoricamente, um bom marido é aquele que, em primeiro lugar, não trai, e são esses os que as mulheres mais abandonam. Para que uma paixão continue a existir, é preciso que não se tenha muitas certezas, e nenhuma mulher ama um marido fiel demais. Para tudo há limites, até para a fidelidade.

Quais são os homens mais inesquecíveis da vida de uma mulher? São sempre os que mais aprontam, mais desaparecem, mais traem --e não confessam nunca--, mas que a faz mais feliz do que todos os bons rapazes do mundo.

É mais ou menos simples: se um homem é aprovado por todos, nunca é aquele que faz um coração juvenil bater descompassadamente. Não se pode amar alguém aprovado pela família, pela igreja e pela sociedade. Esses são para casar, o que não tem nada a ver com o amor.

.....
...e a família está sempre unida contra os "maus" rapazes...
.....
E vamos reconhecer, pais e mães estão certos: nessa hora eles estão pensando em seu próprio sossego e em sua própria tranquilidade, no que estão cobertos de razão
.....
Eles querem, para marido de sua querida filha, estabilidade em todos os sentidos, começando pela financeira, e que os sentimentos do pretendente também sejam estáveis. É até melhor que ele não ame apaixonadamente; melhor que tenha um sentimento calmo, maduro, confiável.
......

Mas afinal, você quer saber o que preferem as mulheres, se um marido fiel ou infiel? Refleti sobre o assunto, e acredito que a solução deve ser um homem fiel fingir que é infiel, e o infiel fingir que é fiel. Simples a vida, não?

(Danuza Leão - Folha -28.04.2013)

A julgar pelo que a moça escreveu, está explicado porque não sou o homem que cabe no imaginário nem das mocinhas casadoiras nem da progenitura.

Das mocinhas porque ficaria muito  próximo à imagem de homem tedioso que ela associa. Quanto a progenitura caio em desgraça porque apesar de me  enquadrar em alguns atributos que qualificam o rapaz direito tenho sérios problemas com a autoridade e ainda maiores em lidar com dinheiro (esse pecado  me desqualifica também com as mocinhas).

E ainda tem que saber fingir! Definitivamente não dá.

Não tem jeito, nasci errado prá elas.

Ser feliz ou dar sentido à vida?

.....

Li na Atlantic interessante artigo sobre a importância de dar um sentido à vida. A articulista, Emily Smith, afirma que isso é mais importante que a busca da felicidade. Baseia-se na vida e obra do psiquiatra Viktor Frankel e sua experiência num campo de concentração. O próprio Frankel suportou melhor o campo porque foi para lá por amor aos pais. Publicou um livro chamado O Homem em Busca do Sentido. Pelo que li, o sentido pode ser encontrado no amor à família  ou mesmo numa profissão.

......

(Trecho de um belo texto do Fernando Gabeira que recebí de um amigo sobre os sofismas do atual governo. Está sem título e sem o local da publicação (acho que é o Estadão!) Imperdoável descuido,  mas acredito na autoria,  dada a confiança que tenho no escrutínio de quem o enviou )

+++++++++

Já desistí da felicidade. Fico feliz (?!?!) e conformado com suas esporádicas visitas. É na tentativa de dar sentido à  vida que me agarro, embora a considere  carente desse atributo. Nada tem sentido em sí. Quem dá sentido às coisas somos nós e o maior motor de significações é o amor... a uma... ou várias pessoas, a uma causa (tá difícil atualmente!) ou mesmo ao trabalho ( esse então é prá poucos...).

É essa réstia de sentido, em meio a tanta desolação e a tão pouca beleza, que me faz caminhar.
Para a frente?

Para o lado?

Em círculos?

Não sei.
Caminho e isso me basta. Melhor..meu fôlego é ainda inesgotável. Sou um resistente. Não sou  sprinter, sou um fundista da vida.
++++++
Atlantic : http://www.theatlantic.com/

Noite de lua cheia

Sua luz fria
faz companhia
à minha insônia,
ao insólito jazz norueguês
que brota do meu iPad,
ao telefonema temporão
em que  deliberamos como partir
para outra
(e haverá?)
em grande estilo.
(Colocando à mesa, todas as garrafas!)
À expectativa
de um encontro
que não se realiza.
(Quiçá nunca!)
Cruel essa vida,
materializa sempre
o pior que dela esperamos.

Pois é...

Por essa e por outras... sou pessimista!

O pessimista - indigesto! - fica mais próximo da contingência do ser humano; o otimista -  mais palatável! - joga prá platéia.  Nós - brasileiros - somos otimistas. Pagamos o preço...não saimos de onde estamos.

 Rousseau - otimista de carteirinha - se recusou a reconhecer os três filhos que teve - entretanto ... defendeu a  bondade inerente do homem, que é corrompido pela sociedade. Malandro...faturava e ainda fatura horrores especialmente entre  os bem pensantes, no geral aqueles  que se definem como de  esquerda  em nosso país.
 De mais a mais...  as frases  mostram que a minha turma - normalmente associada ao conservadorismo - é bem mais inteligente!

Otimista é um cara mal informado!

Pessimista é um otimista com experiência!

Por essa e por outras... não sou ateu!

...quando uma pessoa diz eu sou ateu, acredito que está assumindo uma postura arrogante. A posição mais rica é a daquele que duvida. O agnóstico pensa que não encontrou a resposta, agora o ateu tem a certeza, 100%, de que Deus não existe.. Tem a mesma arrogância de quem garante que Deus existe.

Abraham Skorka - rabino

Veja, 10.04.2013

Tocou demais na minha vitrola.

Anos 80... Britpop duca!

Eu me despedindo do rock.

Grande Plano Americano

A vastidão do pampa,
o horizonte a se perder...
o suave contorno das coxilhas
tisnado pela luz obliqua de outono,
quebrado pela dura geometria
das matizadas culturas
criadas pelas mãos do homem,
remetem-me a um passado
em que a vida ainda não
havia me marcado;
envolvem-me numa paz imensa,
que tanto bem me faz,
há muito roubada
pela cidade cruel
ávida a minha espera.

Flores de Outono

As eternas campânulas,
os jasmins
nem tão cheirosos assim,
palmas
e até rosas...
pareciam raras,
discretas como a estação.
Foram surgindo,
pouco a pouco,
a cada olhar
disparado ao longo do caminho
nas manhãs vazias,
quietas,
do outono que se abria.