quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Capaz de tudo, incapaz de todo...

 Assim poderíamos definir o capitão e seu (des)governo.

Ele é capaz de tudo quando demite intempestivamente o presidente da Petrobras em uma live, e coloca um general  - mais um! - no seu lugar.

É  incapaz de todo na administração da pandemia. Chegamos a 250.000 mortos exatamente um ano após o registro do primeiro caso. Estamos no topo de uma segunda onda, enfrentando novas cepas do virus e com uma administração da vacina a conta-gotas.  Há previsões catastrofistas de que chegaremos aos 500 mil mortos ainda no primeiro semestre.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Um Brasil que conheço apenas de avião.

Em uma viagem de Manaus ao Rio - lá se vão pelo menos 10 anos! -  assombrei-me com imensos círculos amarelos desenhados em terra quando sobrevoava o que deveria ser o Mato Grosso. Eram imensas plantações de soja - vistas de perto na foto abaixo - que foram substituindo agressivamente o cerrado. Fiquei impactado por tamanha transformação na paisagem. O Centro-Oeste é hoje, talvez, a única região próspera do país. Sua recente contribuição para a economia nacional fez do Brasil uma potência agrícola mundial.

É o país mudando seu eixo para o interior, trazendo para a luz os invisíveis tanto economica como culturalmente. Para a faixa litorânea restaram pompa e circunstância já que o Rio de Janeiro agoniza, e São Paulo anda de lado com a crise da indústria  que a cada ano perde participação no PIB nacional. 

A foto foi retirada de um artigo do Financial Times  traduzido pela Folha de 16.02.

Sabedoria

A vida não dá nem empresta; não se comove nem se apieda. Tudo o que ela faz é retribuir e transferir aquilo que nós lhe oferecemos.

Albert Einstein 

******

- A vida assim como a natureza.... eu acrescentaria, meu caro Albert.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Futuro?

Impactante a imagem que copio da Economist; os créditos da foto pertencem à agência Bloomberg. Mostram o downtown de Dubai de um ângulo não usual. Uma cidade futurista brotando no deserto.
Lembrei dos cenários de Blade Ranner, mas lá a atmosfera era mais sombria.  Talvez um planeta da confederação em Star Wars....

 Coincidência ou não, L.F. Pondé fala na sua crônica para a Folha de hoje sobre o futuro, uma realidade que entrou em nosso horizonte como em nenhuma outra geração,  fruto da aceleração do tempo provocada pelas transformações impostas pela tecnologia. Questões como a sustentabilidade do nosso planeta passaram a se impor face às alterações nele observadas, em boa parte pela atuação desordenada do homem.

O que essa imagem tem a nos dizer a respeito do que está por vir?

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Corrupção, uma senhora invencível em Pindorama

Ontem deram cabo da LavaJato. Muitas garrafas de Bordeaux, da Borgonha e muito vinho intranquilo de Champagne devem ter sido abertas. Só coisa fina, porque finos, ricos e poderosos tiveram muito a comemorar acompanhados de sua armada jurídica - advogados que só trabalham a soldo de mais de seis dígitos como o grupo Prerrogativas, só para dar um exemplo.

Os erros que cometeu, além da postura de alguns de seus membros,  lhe foram fatais. Ninguém buliria com os interesses da turma do andar de cima de Pindorama desde que foi fundada,  tão profundamente como ela o fez, sem sofrer consequências. Porisso tornei-me um fã dela. Entretanto, os mal-feitos - revelados por operações ilegais (Intercept e Spoofing) - que se deram mais nos ritos e na condução dos processos, do que nas sentenças - referendadas por instâncias superiores - foram determinantes para sua extinção. 

Teve o mesmo fim que a Operação Mãos Limpas italiana. Nós, latinos, parece que estamos condenados à corrupção. Ela faz parte do nosso dia-a-dia, perpassa todos os estamentos da sociedade;  abarca todo o arco político.  A última década provou isso; tivemos a corrupção das vestais da esquerda nos governos petistas, a corrupção clássica de atacado dos centristas desnudada no governo Temer e finalmente a corrupção miuda, de varejo dos ultraconservadores bolsonaristas.

Pessoalmente, já me rendi a essa realidade. Pouca coisa se faz  por aqui sem um por fora, uma prebenda, um favor. Impessoalidade é miragem. Em Pindorama o  There´s no lunch for free de Milton Friedman é uma cláusula pétrea do nosso way of life.  Há exceções. Raras, diga-se de passagem. 

Além da LavaJato, já havia sido extinta a operação  Greenfield  que investigava os desvios bilionários dos fundos de pensão das estatais; fato que me afeta profundamente pois já despendi enormes quantidades de dinheiro extra para cobrir o rombo provocado na Petros. Não cometeu nenhum dos pecados imputados àquela, mas não foi poupada o que mostra que a senhora corrupção desfila incólume por essas terras, além de se mostrar impiedosa com aqueles que a ameaçam. 

- Requiem scant in pace, LavaJato e Greenfield.

Não se desafia os donos do poder - boa parte deles, barões da corrupção - impunemente. Os bandidos levaram mais uma vez.

 

 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

True national hero!

Foi assim que o prefeito de Londres a ele se referiu -  Capt. Sir  Thomas Moore - veterano de guerra (100 anos) que no ano passado ficou dando voltas em torno de sua casa e conseguiu arrecadar 33 milhões de libras em favor dos trabalhadores da saúde ingleses do NHS  que o haviam curado de um cancer.  

Ela - Rainha Elisabeth - era enfermeira que  socorria  os feridos nos  raids aéreos noturnos  da Luftwaffe sobre Londres na legendária Batalha da Inglaterra. Aparece na foto da Getty Images conferindo a Tom o título de Cavaleiro do Império Britânico. 

Sir Thomas faleceu ontem de Covid aos 100 anos. 

É comovente ver os dois velhinhos caminhando encurvados pelo peso dos anos um em direção ao outro na live da entrega da comenda,

PHOTO: Queen Elizabeth II awards Captain Sir Thomas Moore with the insignia of Knight Bachelor at Windsor Castle on July 17, 2020 in Windsor, England. 

Revival de tempos  em que heroísmo era associado a bravura e  a despreendimento. Os heróis do nosso tempo são as vítimas de raça e gênero que me cobram reconhecimento pelos crimes cometidos no  passado pelos ancestrais - brancos, ocidentais, heteros, cristãos -  como se eu fosse o responsável por eles.

Blues na veia!