quarta-feira, 31 de julho de 2019

Para longe desse insensato mundo!

Parto agora para um retiro budista Vipassana em Miguel Pereira-RJ. Serão 10 dias de silêncio, meditação, comida vegetariana e .... longe dos vinhos!
Ai, Jesus!

terça-feira, 30 de julho de 2019

Um pouco de romance...


Presidente ou moleque?

Fica difícil acreditar que um país possa dar certo com o presidente - será mesmo? - que temos e que por mais incrível que pareça,  eleito democraticamente por 57 milhões de votos.
O que ele andou dizendo nos últimos 10 dias permitem que se possa qualificá-lo como esgoto a céu aberto. É o  Boca do Inferno contemporâneo. Compete com Donald Trump pelo reinado da sandice.
É forçoso reconhecer, entretanto, que ele não enganou aos seus. O Capitão Jajá é o que é; a Treva. Podia ser a Luz, mas de onde menos se espera daí é que não sai nada mesmo, já enunciou meu conterrâneo,  o Barão de Itararé.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Bem-vindos à Idade Média...

Talvez eu esteja sendo injusto com esse período da história, uma vez que muitas vozes já se levantaram para defendê-lo, mas enfim...
O massacre de 52 pessoas em um motim ocorrido em presídio do Pará hoje, com 15 decapitações não deixa dúvida. Nós somos uma excelência em ignomínia; nem o Estado Islâmico ombreia-se conosco. Ou vocês leram ou ouviram que ele tenha cometido esse número de decapitações em um único dia? É o Brasil superando-se mais uma vez 

quinta-feira, 25 de julho de 2019

sábado, 20 de julho de 2019

As brigadas feministas permitiriam?


Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela, menina
Que vem e que passa
Num doce balanço
A caminho do mar

Moça do corpo dourado
Do sol de Ipanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar.

(Tom Jobim&João Gilberto - 1962)


https://f.i.uol.com.br/fotografia/2019/07/18/15634870925d30eb74c9dac_1563487092_9x16_xl.jpg

Helô Pinheiro - a Garota de Ipanema - em foto de 1962 do acervo de Ruy Castro para a Folha

Rui Castro na sua coluna na Folha de 19 de julho diz que para os cretinos critérios atuais essa letra seria um hino ao sexismo e ao assédio. É preciso muita paranoia para tal ilação...mas as mentes insanas dos nossos dias se permitem.

Fifty years has gone

O astronauta Neil Armstrong acena para os simpatizantes em Cabo Canaveral, Flórida, EUA, em 16 de julho de 1969. Mike Collins, Buzz Aldrin e Deke Slayton (camisa escura atrás de Aldrin à esquerda) seguem Armstrong pelo corredor Foto: NASA / REUTERS

Nesta foto da NASA tirada em 15 de julho de 1969, o comandante da Apollo 11, Neil Armstrong, se prepara para embarcar no veículo espacial Saturn V para o início de sua missão à Lua em 16 de julho de 1969 Foto: HO / AFP/NASA/HANDOUT


Garoto e adolescente acompanhava de perto a conquista do espaço. Queria ser piloto de avião, astronauta... Minhas limitações jamais permitiriam. A começar pela miopia. Para astronauta então... Essa turma era preparadíssima, física e intelectualmente. Todos pilotos da guerra da Coréia, todos engenheiros,  Buzz Aldrin era MIT. Só casca grossa. 

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Era quase meia-noite, hora de Brasilia quando o desembarque ocorreu. Acompanhei com meu pai, ouvindo um rádio de pilha, pois não tínhamos televisão. A uma família da baixa  classe média, televisão era um luxo naqueles anos.

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Depois da viagem, todos se tornaram um pouco místicos. Armstrong recolheu-se definitivamente. Falo dele pois no ano que passou assisti a First Man, um belo filme  que narra sua participação na aventura, com um Ryan Gosling como Armstrong,  bem mais maduro do que o garoto da foto acima tomada poucos dias antes do embarque... e ele era o commander in chief 

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...e já que falo em filme, The Right Stuff  (Phillip Kaufman, 1983) é uma pedida obrigatória para quem se interessa pela vida desses malucos por voar. Aí a casca grossa era mais grossa ainda, pois eram todos pilotos de teste do X-15, no deserto de Mojave, na base aérea de Edwards. Buscava-se quebrar a barreira do som, feito conseguido por Chuck Yeager, o cara. Muitos pagaram com a vida. O tamanho do risco era tal, dada a precariedade das condições, que a turma do projeto Mercury da NASA,  prá eles era Nutella.

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...e saber  que tem muita gente boa - colegas meus , inclusive - que acham que a conquista da Lua não passa de uma farsa!

segunda-feira, 15 de julho de 2019

Estóico...como no?

Dr. Carlos José é meu oncologista, reconhecido entre os pares, diferenciado de boa parte deles porque entendeu que a profissão vai além do que a medicina se transformou hoje, uma máquina de fazer dinheiro. Pois nos meus papos com ele, lá pelas tantas ele tascou: 
- Você é um estóico!
 Lembrei-me desse momento ao ler a coluna do Pondé  hoje na Folha que faz uma elogio do estoicismo, uma proposta nascida na Roma Imperial e que reza para nos afastarmos do mundano, do sucesso, do poder e pour cause, do dinheiro e do sexo. Contramão total para os valores que vivemos!
Minha formação tem raízes fortes no catolicismo que bebeu muito do estoicismo. Tudo o que ele escreve, já ouvi e interiorizei quando jovem no seminário. Não foi a toa a frase do Dr. Carlos José que mesmo sem conhecer minha história,  deve ter reconhecido esse estoicismo na minha concepção do mundo nos papos que tenho com ele.
Por incrível que possa parecer, o estoicismo tomou o conceito de ataraxia  dos gregos  que  tem muito  em comum com o Nirvana budista. Olha aí, a ponte Oriente-Ocidente.
Sei não, mas hoje foi um dia em que senti que as coisas começam a convergir. A ver...

sábado, 13 de julho de 2019

As dores e alegrias de um isentão em dois tempos.

Domingo caminhando pelo Alto da Boa Vista e fazendo - na Vista Chinesa -  as fotos  do amanhecer que estão abaixo, o pessoal que me acompanhava e que se considera de esquerda,  fez uma ironia comigo quando referi-me a algo de bom que acontecera em algum governo latino-americano dos últimos anos,  que eles tanto apreciam:
  • Benê, vais elogiar o Chavez?
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Hoje no Facebook, um bolsonarista aconselhou-me a abandonar o país agora debaixo do tacão do capitão. Ele me considera um esquerdista pelas críticas que faço ao Mito.
Eu estou gostando. É uma indicação que estou do lado certo. Longe dos extremos.



quinta-feira, 11 de julho de 2019

...e por falar em conservadores.

O capitão&filhos são a treva mas tem alguns méritos. Eles de fato são reacionários mas colocaram definitivamente o que se pode chamar de campo conservador no debate de idéias nesse país. A esquerda reinou absoluta e totalitária   desde o final da década 60 do século passado. Quem dela discordava era logo tachado de  reaça, de direita, conservador, fascista e mais recentemente de coxinha...enfim jargão é uma das poucas coisas que domina bem. Ficou aquele ranço  entre progressistas e os outros. A ditadura, identificada com o campo conservador e de direita - embora os milicos sejam positivistas, nacionalistas e estatistas - ajudou um pouco a construir esse imaginário, mesmo tendo sido branda comparada as demais que rolaram à época en LatinoAmérica. Ai de quem ousasse louvar algo de bom do seu legado, como por exemplo as grandes obras de infra-estrutura, ou o fato de todas elas terem sido planejadas. Poderia ouvir   poucas e boas. 
O artigo de J. P. Coutinho, na Folha de 8 de julho mostra que o campo das idéias é bem mais matizado do que a dualidade que se pretendeu impor no passado. Além da esquerda petista e psolista mais raivosa, existe uma esquerda próxima do centro (social-democracia?), uma centro-direita onde cabem liberais e conservadores  - estes talvez mais à direita  - e os reacionários, o núcleo duro do bolsonarismo, sua direita mais assanhada.  
É vero que o debate está pouco civilizado mas existe uma diversidade de atores no palco das idéias como não se via a pelo menos cincoenta anos.

segunda-feira, 8 de julho de 2019

Universais...objetividade...são conceitos conservadores!

Já havia abordado em  post anterior referente às Guerras Culturais,  motivado pela leitura do livro da Michiko Kakutani  que o abandono dos universais e a opção pelo relativismo poderia nos levar a um impasse epistemológico. O artigo de Ronaldo Lemos na  Folha de hoje só reforça o que já tinha escrito. Ele não é filósofo, mas dentro do seu jargão coloca o dedo na ferida:
Dá até para dizer que a polarização que realmente importa no mundo de hoje não é a da direita versus esquerda, mas sim aquela entre realistas versus fantasistas.
Os primeiros são aqueles que ainda defendem a ideia de verdade, acreditando que os valores humanos ainda podem ser minimamente compartilhados.
Já para os segundos, nem realidade nem valores objetivos existem mais. São conceitos que se pulverizaram e com isso podem ser reinventados (ou sintetizados) o tempo todo. Surge assim uma nova profissão: a de fazedor de realidades.
Essa dualidade entre realistas e fantasistas pode ser descrita de outras maneiras (todas imperfeitas): essencialistas e relativistas, apocalípticos versus integrados (sendo os apocalípticos, nesse caso, os que ainda se fiam à ideia de verdade, e os integrados, aqueles que estão confortáveis com seu desaparecimento).
Vale notar que, nesse contexto, defender a verdade e a realidade se transforma em atitude conservadora, provavelmente fadada ao fracasso.

São sintomas graves de deterioração do pensamente que todas as vezes que ocorreram no passado, tiveram causas funestas. Resta saber como sairemos desse impasse.

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Estrangeiro

Pequenino grão de areia,
Vestígio de poeira cósmica.
Gentio em terra estranha
descartável,
imerso na impermanência,
erro por este imenso e vasto mundo,
dobrado pela contingência.
A vida me pôs só,
e só dela sairei,
tisnado pela dores,
sem rastros nem pegadas,
sem herança, nem amores.