Calma!
Trata-se da Lili, uma gata de hábitos e olhos selvagens que minha cunhada resgatou da rua e que traz alegria para a noninha aos finais de semana. Ontem à noite ela resolveu acampar na minha cama e de lá só saiu pela manhã.
Deitado, lia o que Ferreira Gullar escreve sobre Van Gogh na Folha de hoje. Identifico-me com Van Gogh e com sua vida atormentada. Ele foi ímpar em traduzir para a tela seus tormentos e ao mesmo tempo recriar a realidade. Cypresses (1889) com as árvores parecendo sarças ardentes é muito mais radical do que qualquer quadro de arte abstrata ou figurativa.
Lili, enrolada nela mesma, dormia o sono dos justos, alheia aos meus tormentos. Gatos não se importam mesmo.
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