Natal é a minha festa predileta. Contraditório para um antissocial-raiz, pois é tida e havida como a festa da família, dos encontros. Há mil motivos... espirituais, mundanos...nada, porém que se compare ao ver o brilho nos olhos de uma criança diante da féerie de luzes, cores e canções para a época, dos presentes, e vá lá... do Papai Noel. O mundo fica em ebulição.
Quieto, no meu cantinho, maravilho-me cada vez mais com os oratórios de Natal do eterno Johann Sebastian que ouço em rádios geridas pelo poder público, visito os presépios nas igrejas da cidade, e - rito consagrado - ocupo-me da montagem da árvore de natal e do presépio caseiro. Entretanto, não serão eles que mostrarei. O quadro de pintor neerlandês Geertgen tot Sint Jans de 1490 é de uma riqueza maior. Reparem no jogo de luz e sombra que já prenunciava a escola flamenga barroca.