domingo, 29 de março de 2015

Simples assim.

O Rio não é uma cidade maravilhosa, é apenas um cenário maravilhoso  para uma cidade.

Elisabeth Bishop
(morou por aqui muitos anos, mas tinha opinião bem pouco lisonjeira sobre o Brasil e os brasileiros)


Maravilhoso cenário continua a ser, mas a cidade maravilhosa se foi. E lá se vão anos. Elisabeth andou por aqui na década de 50 do século passado. De lá prá cá o  pior levou quase sempre vantagem sobre o melhor.  O bicho-homem fez dela  uma urbe violenta, desleixada.
Paisagem recorrente porque caminho para o trabalho, as águas negras repletas de dejetos  e com odor nauseabundo do Canal do Cunha mostram o lado B daquela que num passado remoto mereceu o nome de maravilhosa. Quadro desolador  mas - ironia! - emoldurado pelo maciço da Tijuca e o  Corcovado quando avistado da  ponte do Saber. É a surra continuada que a geografia humana aplica à geografia física.

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