Ontem esqueci meu celular no avião. Dei-me conta em casa tarde da noite. Apreensão total para não dizer desespero. Afinal tua vida hoje está no celular. Endereços, senhas, telefones...Nada havia a fazer de imediato a não ser comunicar a companhia aérea pois estava a 100 km do aeroporto, visitando minha mãe. Pela manhã liguei para o escritório da companhia no aeroporto. E não é que o telefone estava lá? Confesso que não atribuiria mais do que 5% à possibilidade de resgatá-lo. Afinal, vivemos tempos bicudos. Falo disso o tempo todo por aqui.
Inevitável, foi associar esse fato a outro ocorrido comigo em uma viagem à Europa no passado recente. Nela, esquecí um par de óculos no trem que faz o trajeto Paris-Londres. Considerando-o perdido, contei o episódio ao colega que viajava comigo. Ele morou na Inglaterra e aconselhou-me a ligar para a companhia responsável pela linha dizendo-me que se o tivessem encontrado ele lá estaria e me seria devolvido. Foi exatamente o que aconteceu. Dois meses depois recebia meu par de óculos no Brasil. Quando contava o episódio sempre concluia: no Brasil isso não ocorreria jamais. Pois aconteceu.
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