sexta-feira, 26 de março de 2021

República roída.

Assisti ontem a peça de oratória de quase duas horas de Gilmar Mendes no julgamento da suspeição do juiz Sérgio Moro. Comparo-a à de Roberto Jefferson no Congresso contra José Dirceu, quando abriu-se o caminho para o Petrolão. Ambas são memoráveis.

Gilmar espumava, esculhambou com o novato Kassio que o contrariou votando contra a suspeição, faltou com a verdade quando falou do Petrolão que também tentou desqualificar, fazendo dobradinha com o Lewandowski. Tentou cooptar o voto da Carmen Lucia, citou audios obtidos ilegamente e sequer periciados... Portava-se como o rei da cocada preta, o tom da sua fala tinha a arrogância de um capo. Sem nenhum pudor com a imparcialidade, com a fala embargada - no melhor estilo capo -  elogiou o comportamento da defesa e  atacou a parcialidade da República de Curitiba. Quanto cinismo... quanta cara de pau...Foi um show onde ficou provado que nosso Est.ado Democrático de Direito  está mais para pequi roído do que para um regime em que todos tem chances iguais diante da lei. 

Aliás, todo o episódio da LavaJato é uma mostra de que - pelo menos no Brasil! - a justiça não é cega. Vale para a República de Curitiba, vale para qualquer instância da Justiça.

Você compraria um carro usado do Gilmar Mendes, doublé de juiz do STF e empresário? Pensando bem... de boa parte dos juízes do STF? 

E saber que estamos na mão dessa gente!

P.S. - O lugar de pequi roído é o lixo.

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