... e foi a vez de Danuza Leão. Era irmã de Nara. Gostava de ambas. Tinham uma beleza que fugia dos estereótipos. Estavam à frente do seu tempo, Danuza nos costumes, Nara na música. E sempre muito elegantes na maneira de ser, atributo que as mulheres de hoje jogaram no lixo.Para Ruy Castro em artigo para a Folha, Danuza foi a verdadeira musa de Ipanema.
Lía sempre que podia suas crônicas no Jornal do Brasil e na Folha para quem escreveu até 2013. Depois sumiu do meu radar. Nelas revelava uma sabedoria incomum para mulheres da sua geração, da qual foi uma das principais cronistas. Soube processar tudo o que viveu. Sua história dá pistas de que viu e provou muito, tanto na sociedade quanto na política da segunda metade do século XX. Segundo Ruy, ainda em 1990, ela teria dito que já tinha ido a todas as festas.
Algumas pérolas a ela atribuidas em matéria da Folha de hoje:
Não acho que as denúncias de assédio possam gerar uma caça às bruxas, porque são uma coisa ridícula, para começo de história...É ótimo passar em frente a uma obra e receber um elogio. Sou desse tempo. Acho que toda mulher deveria ser assediada pelo menos três vezes por semana para ser feliz. Viva os homens.
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Na confusão que ficou este mundo, a grande questão do novo feminismo é quem vai lavar os pratinhos; sobre o resto, os homens não foram perguntados, e vou logo dizendo que, para mim, lavar um pratinho a mais é algo que faço com o maior prazer.
Lavar os pratos...questão fundamental para definir os universos masculino e feminino. Uma de suas crônicas é responsável pelo sentimento de culpa que sempre brota em mim, quando à noite me deparo com a pia cheia de louça suja. Escreveu que não dormia em paz se houvesse louça para lavar na pia. Taí um sentimento que falta aos homens. Ela, mesmo sendo uma mulher do mundo, tinha essa questão pacificada. Para nós, homens, entretanto, manter a pia limpa é um verdadeiro martírio.
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Com homens bonitos é fácil lidar, pois eles se fiam tanto na sua beleza que costumam se esquecer do resto... Nada mais perigoso que um homem feio e inteligente. Porque desse poucas mulheres escapam.
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Sou uma pessoa de alma essencialmente suburbana, 'sentimentaloide', que chora até com discurso de miss. Acho que só os medíocres podem ser felizes.
Na velhice, na solidão do lar(Eduardo Knapp - Folhapress)
...e bombando nos anos dourados!
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