Da esquerda para a direita - ex-funcionário da Sabesp, entregador, produtor rural/agricultor - em fotos obtidas das redes sociais.
Os dois primeiros foram condenados pelo STF a 17 anos de prisão, o último a 14 anos, todos em regime fechado. Além da prisão terão que pagar cem-dias multa de 1/3 do salário mínimo e uma indenização de R$30 milhões por danos morais coletivos, esta a ser paga solidariamente por todos os que vierem a ser condenados.
Os crimes: golpe de estado, associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado pela violência. O produtor rural/agricultor foi isentado do último.
Penas pesadíssimas - todos réus primários, sem antecedentes criminais, condenados duplamente pelo mesmo crime (golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito) - com uma interpretação jurídica tisnada pelo momento político que vivemos. Foram muito discretas as reações do meio jurídico à dosimetria utilizada. Walter Maierovich, um dos raros, escreveu dois textos em seu blog publicado no UOL pontuando alguns detalhes do julgamento.
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Como leigo fico olhando para a foto dos três; nem nos meus sonhos mais delirantes eu os imaginaria como golpistas, pertencentes a uma associação criminosa armada destinada a abolir violentamente o - tão decantado - Estado democrático de Direito. Não passam de pacatos cidadãos fanatizados e instrumentalizados por setores civis e militares que foram a Brasília participar de uma intentona (?) que não passou de uma baderna. Quem os manipulou, tirou o corpo fora e eles vão pagar o pato. Nenhum dos que promoveu e financiou a sua ida a Brasilia foi preso, quanto mais julgado. É o velho Brasil se perpetuando.
Não daria prá eles mais do que uma pena de prestação de serviços comunitários por alguns anos, para pagarem pela baderna e quiçás uma multa factível de pagamento.
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Se a Justiça desse o mesmo tratamento que deu a eles, certamente os peixes graudos presos e condenados pela LavaJato não estariam circulando leves, livres e soltos por aí. Cabralzinho, por exemplo, desfila pelos bares da cidade com namoradinha nova, Lula exerce um mandato de presidente da República. Quantos mais?
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Nada a estranhar quando a pesquisa DataFolha realizada a poucos dias indica que a confiança nas instituições brasileiras é muito baixa: 24% na Presidência da República, 21% em juízes e desembargadores, 20% no STF, 19% no Ministério Público, 9% no Congresso Nacional e 7% nos partidos políticos. Nossa passividade bovina, entretanto, não nos leva a uma atitude proativa face aos desmandos dessas instituições, que dela se utilizam para perpetuar seu modus operandi. Vivemos numa democracia viciada, e não estamos nem aí.
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