sexta-feira, 3 de novembro de 2023

A Marca da Maldade/ Movidos pelo Ódio

São  títulos traduzidos para o português de dois filmes de grandes diretores do passado: Touch of Evil de Orson Welles, e The Arrangement de Elia Kazan. Definem bem o atual capítulo do conflito palestino-israelense. Difícil simpatizar com a causa de qualquer um deles depois do que o Hamas perpetrou em 7 de outubro e da destruição e morte de civis (crianças em particular) que a retaliação israelense  tem provocado em Gaza. A cena apocalíptica da foto abaixo traça o contorno real da tragédia.

Anas Al-Shareef Reuters

Pior mesmo é de que não há solução à vista. Cada ação radical de uma das partes é uma azeitona colocada na empada do radicalismo do outra. Pesquisas mostram que com os fatos recentes, as posturas moderadas de ambas as partes cedem espaço para a solução  radical com cada uma delas pregando o  from the river to the sea que outra coisa não é que o extermínio do oponente. Fica cada vez mais distante a solução que  parece ser a mais sensata: a coexistência de dois  estados  independentes. 

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O conflito é uma das grandes aporias do nosso tempo. Como encontrar uma  saída?
Como leigo entendo que a criação do estado de Israel foi feita de maneira equivocada, mas hoje ela é fato consumado. Não há possibilidade de rebobinar a história. Soa irracional a atitude de parte da população árabe de não aceitar este estado  e de querer o extermínio do povo judeu.

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A irredutibilidade dos radicais de ambos os lados e as atrocidades cometidas em nome das suas convicções são prova inequívoca da existência do mal no mundo. Para os ateus, a prova de que o Deus dos cristãos não existe. Sei não, isso não é um problema de Deus e sim da disfuncionalidade do ser humano. Somos uma gerigonça. Nosso software (racionalidade) não conversa direito com nosso hardware (animalidade). 

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