...é o bordão de um desses anúncios dos mais que suspeitos sites de apostas esportivas que infestam os meios de comunicação tradicionais e redes sociais.
Ajusta-se como uma luva a um episódio que vivi no mês que passou em que o protagonista é uma pessoa que frequenta meu restrito círculo de - vamos dizer - afinidades eletivas. Ao tomar conhecimento de que ele se afastara de uma pessoa que lhe servira com muita dedicação por muito tempo, manifestei minha estranheza e questionei-o a respeito das motivações que o levaram a tomar aquela atitude extrema. Deu-me uma apenas; aceitei-a sem questionar.
Dias após, conversando sobre o episódio com outra pessoa de nossas relações soube que os motivos eram bem diferentes. A história era outra! ... e pior, parecia fazer mais sentido do que a do nosso protagonista.
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....e saber que no passado havia escolhido a versão que ele dera para um episódio marcante da sua vida familiar, contra a opinião corrente. O convívio maior dos últimos anos, entretanto, já tivera o dom de suscitar suspeitas sobre sua narrativa.
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As circunstâncias em que estive imerso na vida me deram uma visão desencantada sobre ela. Passam as anos e o sentimento cresce. Já tinha vivido situação semelhante com outra pessoa, tempos atrás. A maior convivência, desnuda o outro, revelando aquilo que os ambientes formais em que estamos imersos não revela. - De perto, ninguém normal, escreveu Caetano Veloso em Vaca Profana. Haja afeto e compreensão para sobrelevar os pecados alheios e humildade para reconhecer que se os outros não são perfeitos, nós também não o somos.
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Fica o travo amargo na alma. Fui enganado duas vezes. Por ele e por mim mesmo. Daí meu crescente ceticismo tanto para com os outros como quanto para minha própria capacidade de julgar.
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